Para falar de vinho do Porto é necessário incluir a bela cidade do Porto, de onde o vinho é embarcado para exportação, e a simpática Vila Nova de Gaia, colada à cidade do Porto, na qual a grande maioria dos vinhos do Porto é amadurecido. O Porto e Vila Nova de Gaia não fazem parte da região do Douro, que começa cerca de
Os vinhos do Porto são vinhos fortificados, ou seja, vinhos aos quais se acrescentam aguardente vínica para interromper o processo de fermentação. Estes vinhos possuem várias classificações, em função da qualidade, do tempo de amadurecimento/envelhecimento e do tipo de recipiente utilizado no amadurecimento/envelhecimento. Os vinhos mais famosos são: Ruby, Tawny, LBV (Lattle Bottled Vintage), Vintage Single Quinta e os famosos Vintage, que só podem ser produzidos em anos especiais e em vinícolas com videiras classificadas como especiais (voltaremos a falar sobre os vinhos do Porto em outro texto dedicado a este assunto).
A região de produção de vinhos do Porto foi a primeira região produtora de vinho a ser classificada e demarcada no mundo, em 1756.
Mas o Douro vai além dos vinhos do Porto! Seus vinhos tintos secos estão, nos últimos anos, ganhando cada vez mais reconhecimento por parte da crítica e dos consumidores. Há também bons vinhos brancos, mas vamos nos concentrar naquilo que realmente vale a pena, ou seja, os tintos!
A região do Douro é dividida em três partes: Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior. Toda a região é composta por incríveis montanhas de xisto, mas há significativas diferenças entre elas, principalmente em termos de pluviosidade (com menores taxas à medida que nos afastamos da cidade do Porto) e de temperatura média.
A tendência é que as regiões de Cima Corgo e Douro Superior produzam os melhores vinhos, mas há exceções.
No Douro ainda se utiliza o método tradicional de fermentação em lagar (uma espécie de tanque retangular de baixa profundidade) com pisa da uva. Algumas vinícolas utilizam robôs de pisa que objetivam reproduzir a pressão do pé humano sobre a uva. Embora exista uma tendência de utilização de robôs e mesmo de abandonar o lagar, muitas vinícolas (mesmo aquelas que têm o lagar robotizado) utilizam a pisa humana para os seus melhores vinhos.
Portugal tem uma quantidade imensa de uvas autóctones (entre 230 e 300, dependendo da fonte), com cerca de 80 variedades apenas na região do Douro. As principais uvas dos vinhos do Douro são:
- Tinta Roriz: equivalente da Tempranillo espanhola. Produz um vinho com média acidez e pouco tânico. Os aromas esperados são: framboesa, especiarias, herbáceos, florais e de frutas vermelhas.
- Touriga Nacional: considerada a melhor uva de Portugal, é a principal uva do vinho do Porto e de importantes vinhos do Douro e do Dão. Resulta em vinhos de cor intensa, tânicos e de boa complexidade, com toques florais e de ervas.
- Touriga Franca: é a uva mais plantada do Douro, embora não seja a mais importante. Possui aromas de amora e cereja, com toques de ervas e floral.
- Tinta Barroca: produz vinhos com elevado grau alcoólico e bem compostos de cor, com certa rusticidade. Os aromas são terrosos e florais. Normalmente é utilizada apenas em cortes, não sendo utilizada para produzir vinhos varietais.
- Tinto Cão: é uma uva de maturação tardia que resulta em vinhos encorpados, com teor alcoólico e acidez elevados. Os aromas são frutados e florais.
Os produtores/vinhos, não fortificados, de maior destaque do Douro são:
- Quinta do Vale Meão, com o vinho Quinta do Vale Meão – Importado pela Mistral -
- Quinta do Crasto, com os vinhos Maria Teresa, Vinha da Ponte, Touriga Nacional e Vinhas Velhas.
- Quinta do Vallado, com os vinhos Reserva e Touriga Nacional.
- Lemos Van Zeller Curriculum Vitae (Quinta Dona Maria).
- Niepoort, com os vinhos Batuta e Charme.
Alguns vinhos com boa relação qualidade/preço disponíveis no Brasil, organizados em ordem crescente de preços, são:
- Quinta do Vale Meão – Meandro do Vale Meão 2008 – Mistral – U$ 56 – 92 pontos.
- Redoma Vertente 2008 – Mistral – U$ 59 – 90 pontos.
- Post-Scriptum 2007/08 – Mistral – U$ 60 – 90 pontos.
- Carm Tinto Reserva 2007 – World Wine – R$ 148 – 94 pontos.
- Redoma Redoma 2006 – Mistral – U$ 90 – 92 pontos.
- Redoma Redoma 2007 – Mistral – U$ 90 – 94 pontos.
- Poeira Poeira 2007 – Mistral – U$ 130 – 94 pontos
- Chryseia 2007 – Mistral – U$ 160 – 93 pontos.
- Quinta do Vale Meão 2008 – Mistral – U$ 185 – 95 pontos.
- Quinta do Vesúvio 2007 – Mistral – U$ 190 – 94 pontos.
- Quinta do Crasto Vinhas da Ponte 2007 – Qualimpor – R$ 467 – 96 pontos.
Escolha o seu prato português predileto e boa degustação.
Abraço a todos,
Brito.
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