domingo, 29 de abril de 2012

Afinal, quais são os melhores vinhos do Chile?


Afinal, quais são os Melhores Vinhos do Chile?

Uma pesquisa pelos sites do Robert Parker e Wine Spectator apontam 8 vinhos que, nos últimos 15 anos, receberam notas maiores ou iguais a 95: 1 vinho da vinícola Errazuriz (Kai) e dois outros relacionados com ela (Chadwick e Sena), 2 vinhos da Concha y Toro (Don Melchor e Terrunyo Carmim de Peumo Carmenere), o Almaviva, o Clos Apalta da Casa Lapostolle e o Montes Alpha M da Vina Montes.

Dos vinhos listados acima, os que receberam as maiores notas, 97, foram o Chadwick e o Terrunyo.

Mas afinal, quais são os mais pontuados? Para responder esta pergunta calculei a média, considerando safras de 1995 em diante, das pontuações obtidas por cada vinho (considerando Parker e Wine Spectator), acrescentei um bônus de 0.1 pontos por cada 5 estrelas recebida da revista Decanter e penalizei os vinhos que tiveram poucas safras avaliadas (com penalidades variando de 0.5, para vinhos que tiveram entre 5 e 7 safras avaliadas em cada fonte, a 1.5, para menos de três safras avaliadas).

O resultado final apontou três vinhos que praticamente empataram em termos de pontuação média (92.4):
  • Vinedo Chadwick, com destaque para as safras de 2007 e 2006. As duas safras de destaque são 100% Cabernet Sauvignon e ambas maturaram em barricas novas de carvalho francês (por 20 e 18 meses, respectivamente). Importado pela Expand - R$ 680. Na adega tenho a safra 2005 (95 pontos do Parker)
  • Almaviva, com destaque para as safras de 2005 e 2003. A Almaviva é uma associação entre Baron Philippe de Rothschild e Concha y Toro. O vinho é um blend típico de Bordeaux (com a inclusão da Carmenere). A safra de 2005 foi composta de 74% de Cabernet Sauvignon, 21% de Carmenere e 5% de Cabernet Franc, enquanto a safra de 2003 foi um blend de 73% de Cabernet Sauvignon, 24% de Carmenere e 3% de Cabernet Franc. Ambas as safras maturaram 18 meses em barricas novas de carvalho francês. O vinho é fermentado em tanques de aço inox. Disponível na Adega Curitibana – R$ 655. Na adega tenho as safras 2006 e 2007, ambas com 93 pontos da Wine Spectator.
  • Don Melchor, com destaque para as safras de 2006, 2005 e 2003. O Don Melchor nas safras de destaque é um blend de Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, com a percentagem de Cabernet Sauvignon variando de 95 a 97%, ou seja, basicamente, um Cabernet Sauvignon. O vinho é maturado em barricas de carvalho francês, com tempo de maturação variando de 14 a 15 meses para as safras em destaque. Disponível na Adega Curitibana – R$ 412. Na adega tenho as safras 2003, 04, 05 e 07, com as safras de 2004 e 2007 pontuadas com 93 pontos da Wine Spectator e as demais com 96 pontos da mesma revista.
Além dos três vinhos acima, vale também destacar o Casa Lapostolle Clos Apalta, especialmente as safras 2005 (96 pontos e melhor vinho do mundo em 2008 pela Wine Spectator) e 2001 (95 pontos da Wine Spectator). A safra de 2005 é um blend de 42% de Carmenere, 28% de Cabernet Sauvignon, 26% de Merlot e 4% de Petit Verdot. A safra de 2001 é um blend com 80% de Merlot-Carmenere e 20% de Cabernet Sauvignon. O vinho é fermentado em tonéis de carvalho francês e amadurecido em barricas de carvalho francês 100% novas (24 meses para a safra de 2005 e 22 meses para a de 2001). No critério que adotei a pontuação média deste vinho é de 90,33 pontos. Disponível na Mistral por R$ 370. Vale destacar também a beleza desta vinícola (Clos Apalta), uma das mais belas que já visitei no mundo! Na adega tenho uma garrafa da famosa safra de 2005, aguardando o momento certo para ser aberta!

Interessante observar que a pontuação média obtida pelos melhores chilenos não coloca nenhum vinho deste país entre os 100 vinhos mais pontuados do mundo.

De qualquer forma, percebemos que há excelentes vinhos a serem explorados no nosso país vizinho.

Boas compras e boas degustações!

Abraço a todos,

Brito.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O Vinho e o Carvalho


O Vinho e o Carvalho

Não é exagero dizer, particularmente para os tintos, que praticamente todo grande vinho se beneficiou do carvalho de alguma maneira.

Ao longo dos séculos várias madeiras foram testadas para produção de vinho, mas o carvalho ganhou esta batalha e hoje reina absoluto. Dentre as qualidades que fizeram do carvalho o grande vencedor estão: a maleabilidade, a resistência, o peso, a impermeabilidade e, principalmente, os elementos químicos, que ao reagirem com o vinho emprestam ao mesmo a complexidade que tanto desejamos e valorizamos.

O carvalho pode aparecer na produção dos vinhos em dois momentos: na fermentação e na maturação.

Embora o uso de aço inox venha se tornando cada vez mais comum na fermentação de brancos e tintos, muitos produtores ainda utilizam o carvalho na fermentação de seus melhores vinhos. Na fermentação podem-se utilizar grandes tonéis de carvalho, que já não reagem quimicamente com o vinho, ou pequenas barricas de carvalho novo. Os tonéis são os preferidos em determinadas regiões, como Rioja na Espanha, e para produção dos melhores tintos de determinados produtores, sendo pouco comum seu uso para fermentar vinhos brancos. As barricas, por sua vez, são pouco utilizadas no processo de fermentação, sendo às vezes utilizadas para fermentar brancos da uva Chardonnay.

Embora o carvalho utilizado na fermentação contribua para a qualidade do vinho, é no processo de maturação que a madeira tem seu papel de destaque, principalmente para os tintos, mas também para alguns poucos brancos (como alguns Chardonnays).

As barricas de carvalho utilizadas na maturação dos vinhos são construídas, normalmente, com madeiras oriundas de florestas francesas ou americanas, sendo que, em geral, o carvalho francês é considerado de melhor qualidade que o americano, emprestando mais complexidade para o vinho. Uma barrica de carvalho francês custa cerca de U$ 800, sendo um componente importante na composição do custo do vinho.

As características da barrica de carvalho que influenciam na qualidade do vinho dependem de vários fatores, como:
  • Origem da madeira, não só em termos de país (França ou USA), mas também em termos da região em que a floresta se localiza em determinado país.
  • Processo de secagem da madeira, que pode ser feito naturalmente (com duração de 24 a 36 meses) ou acelerado por estufas. Em geral, a secagem natural resulta em taninos menos adstringentes e mais suaves.
  • Processo de queima (tostagem) da madeira, que pode ser ligeira (5 min, 120-130 graus), média (10 min, 160-170 graus), média escura (15 min, 180-190 graus) ou forte (20 min, 200-210 graus).

Além disso, a influência do carvalho depende da idade da barrica e do tempo que o vinho permanece em contato com a mesma no processo de maturação.

Há basicamente cinco famílias de componentes do carvalho que interagem com o vinho e influenciam em sua complexidade aromática:
·        As Lactonas, que emprestam ao vinho os aromas de madeira e coco. Estes componentes têm maior concentração no carvalho americano. A concentração de lactonas diminui com o aumento da tostagem e com a secagem natural ao ar livre. As lactonas se dividem em duas famílias, a cis, que acrescenta aromas terrosos e herbáceos, e a trans, que empresta aromas de especiarias. A relação entre as componentes cis e trans são influenciadas pelo processo de tostagem da madeira.
·        A Vanilina (Aldeídos Fenólicos), que empresta ao vinho o aroma de baunilha, cujos níveis aumentam com o aumento da tostagem (mas diminuem após certo limite) e com a secagem ao ar livre. Contrário ao que seria natural imaginar, a influência da vanilina diminui no processo de maturação se o vinho foi fermentado em barrica.
·        O Furfural, que contribui com os aromas de caramelo e amêndoa, tendo sua concentração diminuída com o aumento da tostagem.
·        Os Fenóis Voláteis, que se dividem no Guaiacol, que fornece os aromas tostados e defumados, cuja concentração aumenta com o aumento da tostagem, e no Eugenol, que contribui com os aromas de cravo e especiarias, cuja concentração aumenta com o aumento da tostagem e da secagem.
·        E, finalmente, os Taninos que a madeira empresta ao vinho, cuja concentração decrementa com o aumento da tostagem e que está menos presente no carvalho americano que no francês.

Pelo que podemos observar, a escolha da barrica de carvalho é um processo complexo e depende da personalidade que o enólogo quer imprimir a seu vinho. Assim, para cada vinho, o enólogo define o tipo de madeira (americana ou francesa), a origem da madeira, o tipo de secagem e o tipo de tostagem utilizada. Esta definição pode ocorrer com base em uma análise química da contribuição de cada tipo de barrica de um determinado fornecedor e/ou, principalmente, com base em testes empíricos exaustivos que, ao longo do tempo, definem que tipo de barrica de que fabricante empresta ao vinho as características desejadas pelo enólogo.

A análise química da contribuição de um determinado modelo de barrica de um determinado fabricante pode ser apresentada em uma “impressão digital”, que informa a contribuição que a barrica fornece para cada uma das famílias de componentes acima descritas em relação a uma média de barricas analisadas. Há empresas especializadas em levantar a “impressão digital” das barricas dos principais fornecedores mundiais.

Outro fator preponderante no processo de interação da barrica com o vinho é a idade da barrica. Os grandes vinhos se beneficiam do uso de barricas novas, que possuem o máximo potencial de contribuição com a complexidade do vinho. Este potencial decai com o uso da barrica: após 1 a 2 anos de uso os aromas resultante da tostagem já desaparecem e após 5 anos a barrica não tem nenhuma contribuição química a dar para o vinho e, portanto, é descartada.

Em geral, as vinícolas reservam as barricas novas para os grandes vinhos de sua linha e utilizam as barricas já usadas nos bons vinhos de segunda linha. No entanto, mais uma vez, o uso de barricas novas, barricas usadas ou uma mescla dos dois tipos é uma decisão do enólogo em função da personalidade que o mesmo deseja imprimir ao vinho.

A queda da importância da barrica (para a qualidade do vinho) com sua idade se reflete no preço da mesma. Se uma barrica nova custa 100%, uma barrica de um ano custa 70%, uma de dois anos custa menos de 50% e uma de cinco anos custa 10%.

Por fim, o tempo que o vinho fica em contato com a barrica define o grau de influência da madeira no vinho. A influência do tempo de maturação se deve, basicamente, a três fatores:
  • Durante a maturação o vinho sofre um processo lento de oxidação, que resulta no amaciamento do vinho.
  • Durante a maturação o vinho passa por um processo de evaporação, que influencia na concentração do vinho.
  • Durante a maturação ocorre a troca química entre o vinho e a madeira, sendo que esta troca aumenta com o tempo de maturação, com um processo de saturação gradativo se o tempo aumenta muito.

O tempo de maturação varia muito de vinho para vinho. Para os grandes vinhos, um tempo entre 18 e 24 meses é comum. Por exemplo, na Borgonha os vinhos maturam entre 12 e 18 meses, em Bordeaux entre 18 e 24 meses, na Rioja os vinhos devem maturar pelo menos 18 meses, mas às vezes maturam por anos (neste caso, em geral, em grandes tonéis velhos de carvalho e não em barricas novas).

Finalmente, para ilustrar este aspecto da produção dos vinhos, vamos tomar alguns vinhos de um determinado produtor, por exemplo, a Casa Lapostolle no Chile, que tive oportunidade de visitar a alguns anos. Os vinhos desta vinícola podem ser divididos em quatro categorias, que estão representadas pelas amostras abaixo:
  • Casa Lapostolle Carmenere: vinhos varietais, jovens, com aromas principalmente frutados. Fermentados em aço inox. 58% do vinho passa por barrica de carvalho francês (com idade não declarada e tempo de maturação não declarado) para aumentar a complexidade, sem perder a característica frutada. R$ 51 na Mistral.
  • Cuvee Alexandre Carmenere: vinhos varietais, um nível acima do anterior. O vinho também passa por carvalho, mas de novo sem idade e tempo de maturação declarados. R$ 97 na Mistral.
  • Borobo: vinho produzido a partir de um corte de Carmenere, Syrah, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot. Fermentado em tonéis de carvalho. Matura 24 meses em barricas de carvalho francês (com idade não declarada). R$ 320 na Mistral.
  • Clos Apalta: vinho top da vinícola (melhor vinho do mundo pela Wine Spectator em 2008, na safra de 2005), corte de Carmenere, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot. Fermentado em tonéis de carvalho. Matura 24 meses em barricas de carvalho francês, 100% novas. R$ 346 na Mistral.

Obviamente o caso da Casa Lapostolle é apenas um exemplo, mas que é ilustrativo do uso do carvalho e de sua influência na qualidade dos grandes vinhos.

A partir de agora, ao tomar um vinho, tente buscar a informação de como ele foi fermentado e como foi maturado. Tente encontrar no vinho as influências da madeira e tente associar carvalho com qualidade. Esta experiência simples pode aprimorar e muito a forma como você degusta seus vinhos e pode ajudá-lo a comprar melhor.

Boas degustações a todos.

Abraços,

Brito.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Afinal, Qual a Melhor Carta de Vinhos de São Paulo?

Afinal, Qual a Melhor Carta de Vinhos de São Paulo?

O restaurante Varanda ganhou várias vezes o prêmio de melhor carta de vinhos do Brasil. No Guia 4 Rodas deste ano, para minha surpresa, o Varanda apareceu como a 2ª melhor carta de vinhos de São Paulo (4ª do Brasil), perdendo o posto para o Durski (melhor do Brasil), de Curitiba, o Olivetto (2ª melhor do Brasil), de Campinas, e o Arola-Vintetres (3ª melhor do Brasil e melhor de São Paulo).

Como fui a São Paulo com meu filho na semana passada, resolvi tirar a “prova dos nove” e verificar “in loco” qual a melhor carta de vinhos de São Paulo: Arola-Vintetres ou Varanda.

Vamos às minhas impressões.

Arola-Vintetres: é considerado o melhor restaurante espanhol do Brasil (uma estrela do Guia 4 Rodas). O cardápio é assinado pelo famoso chef Sergi Arola e é especializado em tapas (experimentamos cogumelos salteados com aspargos e ravióli recheado de rabo de Kobe Beef), embora também tenha pratos principais servidos em porções normais (experimentamos panceta cozida em baixa temperatura e “coca” – uma espécie de pizza – de foie gras). A comida é boa (vale a estrela do guia), cara, mas nada de excepcional. Como o restaurante fica no alto do hotel Tivoli, a vista é muito bonita.

Mas vamos à carta de vinhos: são mais de 500 rótulos à disposição dos enófilos, com maior concentração nos vinhos espanhóis, mas sem sacrificar os demais países, embora a carta tenha me parecido um pouco desequilibrada. A carta não se esquece dos vinhos mais básicos nem dos grandes do mundo, cobrindo uma grande gama de preços. Fiz uma amostragem dos preços de alguns vinhos e comparei com os preços das importadoras, encontrei um sobrepreço de 40% (ou seja, você pagará no restaurante 40% a mais do que pagaria na importadora).

Minha escolha de vinho foi um Emilio Moro 2005 (Espanha – R$ 228 no restaurante e R$ 114 na Adega Curitibana, 100% de sobrepreço neste caso). Minha pontuação final para o vinho foi 91.5 (92 pontos do Parker).

Em resumo, uma boa cozinha a um preço salgado (R$ 434 para duas pessoas, sem o vinho), uma carta de vinhos excelente e uma vista magnífica.

Venha pela carta de vinhos, principalmente se gosta de espanhóis, e pela vista, mas não recomendo que venha pela comida (há melhores relações custo/benefício na cidade!).

Varanda: é considerada a melhor churrascaria (mas não é rodízio) do Brasil (uma estrela do Guia 4 Rodas). Cortes de carne excelentes e bons acompanhamentos, mas a grande estrela é o Kobe Beef, carne proveniente do gado japonês Wagyu, tratado com cuidados superespeciais (com massagens e cerveja!). Entre os cortes de Kobe Beef disponíveis, o melhor, em minha opinião, é o RibeEye SuperPremium (bem melhor que o bife de Chorizo SuperPremium, que também experimentamos). Em resumo, uma cozinha monotemática, mas que proporciona uma experiência única em termos de carne, mas com preço muito alto (a menos que você evite o Kobe Beef).

A carta de vinhos possui mais de 600 rótulos, com excelente diversificação. O foco está nos vinhos franceses e italianos, mas há boa diversificação e vários rótulos de vários países, com excelente equilíbrio. Há vinhos de todas as faixas, com rótulos de preços mais acessíveis e também os grandes ícones. Na amostragem que selecionei para analisar encontrei um sobrepreço médio de 6%, obtido com o expurgo de um dos vinhos da amostra, que estava mais barato no restaurante do que na importadora (há vários vinhos com preços menores que os praticados pelas importadoras!). Ou seja, escolha o seu vinho sossegado e desfrute, provavelmente não há outro restaurante no Brasil que pratique esta política de preços. O único ponto fraco que eu destacaria é a qualidade da taça utilizada, que não passa de razoável e, portanto, é incompatível com a qualidade da carta.

O vinho que degustei aqui foi um L’Ecole No 41 Cabernet Sauvignon Walla Walla Valley (Estados Unidos), ao preço de R$ 244 (R$ 224 na Mistral, com sobrepreço de 9%). O vinho mereceu 92.5 pontos na minha avaliação (93 pontos da Wine Spectator e 90+ do Parker) e uma anotação para comprar para a adega.

Em resumo, venha com certeza se gosta de carne, embora seja caro se dar o prazer de um Kobe Beef (R$ 699 para duas pessoas, sem o vinho), e aproveite para tomar excelentes vinhos com preços bem honestos.


Mas afinal, qual a melhor carta, Arola ou Varanda? Vamos à análise comparativa final: a carta do Varanda é maior que a do Arola, tem foco nos principais países (França e Itália) - enquanto o Arola foca a Espanha - é mais equilibrada e tem um sobrepreço muito menor. Ou seja, em minha opinião, o Varanda possui a melhor carta de vinhos de São Paulo!

Quanto às cartas do Durski e Olivetto, preciso conhecê-las o mais rápido possível! Boas degustações a todos.

Abraços,

Brito.