sábado, 12 de novembro de 2011

Degustação 13 - Douro

Degustação 13 - Vinhos do Douro

Inspirado na viagem às vinícolas do Douro, organizamos em novembro/2011 uma degustação com foco nos vinhos desta região.

Como sempre, selecionamos seis vinhos com boa relação custo/benefício para tentar explorar as especificidades e diversidades da região.

Os vinhos escolhidos foram:

  • Pintas Character 2007: Fermentado em lagares de granito com pisa a pé. 18 meses em barrica de carvalho francês, 50% novas. Aromas de frutas negras, chocolate e floral. 90 pontos do Parker. Importado pela Vinci – R$ 128

  • Post-Scriptum 2008: Fermentado em aço. 10 meses em barrica de carvalho francês de segundo uso. Uvas: Touriga Franca (50%), Touriga Nacional (22%), Tinta Roriz (17%), Tinta Barroca (11%). Aromas de ameixa, especiarias, cereja, tabaco e cedro. 90 pontos do Parker e da Wine Spectator. Importado pela Mistral – R$ 102
  • Niepport Vertente 2008: 80% de fermentação em lagar com pisa automática e 20% em cuba, ambo inox. 12 meses em barrica de carvalho francês. Aromas de ameixa, framboesa, cereja e minerais. 90 pontos do Parker e 89 pontos da Wine Spectator. Importado pela Mistral – R$ 99
  • Meandro do Vale Meão 2009: Fermentado em aço inox. Maturado nas barricas utilizadas para o Quinta do Vale Meão. Safras 2007 e 2008 com pontuações entre 90 e 92. Importado pela Mistral – R$ 104
  • Niepport Redoma 2008: 50% da fermentação em lagares tradicionais. 20 meses em barricas de carvalho francês. Vinhas com 60 a 120 anos. Aromas de ameixa, cereja, café, chocolate, minerais e pimenta. 93 pontos do Parker e 90 da Wine Spectator. Importado pela Mistral – R$ 164
  • Carm Reserva 2007: Uvas Tinta Roriz, Touriga Franca e Touriga Nacional. Aromas de frutos vermelhos, fumo, framboesa, figo e especiarias. Maturação parte em inox e parte em barricas americanas e francesas. 94 pontos da Wine Spectator (9º melhor vinho do mundo em 2010 pela Wine Spectator). Importado pela World Wine – R$ 148

Ao final, as quinze pessoas presentes votaram nos dois melhores vinhos da noite (totalizando trinta votos). Os dois campeões foram:

  • Carm Reserva 2007, com 10 votos.
  • Meandro do Vale Meão 2009, com 10 votos.

Vinhos com preços acessíveis e de excelente qualidade!

Boa degustação a todos,

Brito.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Douro - Portugal

Douro – Portugal

A região do Douro é a mais importante região vinícola de Portugal e uma das mais belas regiões vinícolas do mundo. Esta região produz os famosos vinhos do Porto, que é o grande ícone da indústria vinícola portuguesa.

Para falar de vinho do Porto é necessário incluir a bela cidade do Porto, de onde o vinho é embarcado para exportação, e a simpática Vila Nova de Gaia, colada à cidade do Porto, na qual a grande maioria dos vinhos do Porto é amadurecido. O Porto e Vila Nova de Gaia não fazem parte da região do Douro, que começa cerca de 100 km para o interior.

Os vinhos do Porto são vinhos fortificados, ou seja, vinhos aos quais se acrescentam aguardente vínica para interromper o processo de fermentação. Estes vinhos possuem várias classificações, em função da qualidade, do tempo de amadurecimento/envelhecimento e do tipo de recipiente utilizado no amadurecimento/envelhecimento. Os vinhos mais famosos são: Ruby, Tawny, LBV (Lattle Bottled Vintage), Vintage Single Quinta e os famosos Vintage, que só podem ser produzidos em anos especiais e em vinícolas com videiras classificadas como especiais (voltaremos a falar sobre os vinhos do Porto em outro texto dedicado a este assunto).

A região de produção de vinhos do Porto foi a primeira região produtora de vinho a ser classificada e demarcada no mundo, em 1756.

Mas o Douro vai além dos vinhos do Porto! Seus vinhos tintos secos estão, nos últimos anos, ganhando cada vez mais reconhecimento por parte da crítica e dos consumidores. Há também bons vinhos brancos, mas vamos nos concentrar naquilo que realmente vale a pena, ou seja, os tintos!

A região do Douro é dividida em três partes: Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior. Toda a região é composta por incríveis montanhas de xisto, mas há significativas diferenças entre elas, principalmente em termos de pluviosidade (com menores taxas à medida que nos afastamos da cidade do Porto) e de temperatura média.

A tendência é que as regiões de Cima Corgo e Douro Superior produzam os melhores vinhos, mas há exceções.

No Douro ainda se utiliza o método tradicional de fermentação em lagar (uma espécie de tanque retangular de baixa profundidade) com pisa da uva. Algumas vinícolas utilizam robôs de pisa que objetivam reproduzir a pressão do pé humano sobre a uva. Embora exista uma tendência de utilização de robôs e mesmo de abandonar o lagar, muitas vinícolas (mesmo aquelas que têm o lagar robotizado) utilizam a pisa humana para os seus melhores vinhos.

Portugal tem uma quantidade imensa de uvas autóctones (entre 230 e 300, dependendo da fonte), com cerca de 80 variedades apenas na região do Douro. As principais uvas dos vinhos do Douro são:

  • Tinta Roriz: equivalente da Tempranillo espanhola. Produz um vinho com média acidez e pouco tânico. Os aromas esperados são: framboesa, especiarias, herbáceos, florais e de frutas vermelhas.
  • Touriga Nacional: considerada a melhor uva de Portugal, é a principal uva do vinho do Porto e de importantes vinhos do Douro e do Dão. Resulta em vinhos de cor intensa, tânicos e de boa complexidade, com toques florais e de ervas.
  • Touriga Franca: é a uva mais plantada do Douro, embora não seja a mais importante. Possui aromas de amora e cereja, com toques de ervas e floral.
  • Tinta Barroca: produz vinhos com elevado grau alcoólico e bem compostos de cor, com certa rusticidade. Os aromas são terrosos e florais. Normalmente é utilizada apenas em cortes, não sendo utilizada para produzir vinhos varietais.
  • Tinto Cão: é uma uva de maturação tardia que resulta em vinhos encorpados, com teor alcoólico e acidez elevados. Os aromas são frutados e florais.

Os produtores/vinhos, não fortificados, de maior destaque do Douro são:

  • Quinta do Vale Meão, com o vinho Quinta do Vale Meão – Importado pela Mistral -
  • Quinta do Crasto, com os vinhos Maria Teresa, Vinha da Ponte, Touriga Nacional e Vinhas Velhas.
  • Quinta do Vallado, com os vinhos Reserva e Touriga Nacional.
  • Lemos Van Zeller Curriculum Vitae (Quinta Dona Maria).
  • Niepoort, com os vinhos Batuta e Charme.

Alguns vinhos com boa relação qualidade/preço disponíveis no Brasil, organizados em ordem crescente de preços, são:

  • Quinta do Vale Meão – Meandro do Vale Meão 2008 – Mistral – U$ 56 – 92 pontos.
  • Redoma Vertente 2008 – Mistral – U$ 59 – 90 pontos.
  • Post-Scriptum 2007/08 – Mistral – U$ 60 – 90 pontos.
  • Carm Tinto Reserva 2007 – World Wine – R$ 148 – 94 pontos.
  • Redoma Redoma 2006 – Mistral – U$ 90 – 92 pontos.
  • Redoma Redoma 2007 – Mistral – U$ 90 – 94 pontos.
  • Poeira Poeira 2007 – Mistral – U$ 130 – 94 pontos
  • Chryseia 2007 – Mistral – U$ 160 – 93 pontos.
  • Quinta do Vale Meão 2008 – Mistral – U$ 185 – 95 pontos.
  • Quinta do Vesúvio 2007 – Mistral – U$ 190 – 94 pontos.
  • Quinta do Crasto Vinhas da Ponte 2007 – Qualimpor – R$ 467 – 96 pontos.

Escolha o seu prato português predileto e boa degustação.

Abraço a todos,

Brito.