sábado, 12 de novembro de 2011

Degustação 13 - Douro

Degustação 13 - Vinhos do Douro

Inspirado na viagem às vinícolas do Douro, organizamos em novembro/2011 uma degustação com foco nos vinhos desta região.

Como sempre, selecionamos seis vinhos com boa relação custo/benefício para tentar explorar as especificidades e diversidades da região.

Os vinhos escolhidos foram:

  • Pintas Character 2007: Fermentado em lagares de granito com pisa a pé. 18 meses em barrica de carvalho francês, 50% novas. Aromas de frutas negras, chocolate e floral. 90 pontos do Parker. Importado pela Vinci – R$ 128

  • Post-Scriptum 2008: Fermentado em aço. 10 meses em barrica de carvalho francês de segundo uso. Uvas: Touriga Franca (50%), Touriga Nacional (22%), Tinta Roriz (17%), Tinta Barroca (11%). Aromas de ameixa, especiarias, cereja, tabaco e cedro. 90 pontos do Parker e da Wine Spectator. Importado pela Mistral – R$ 102
  • Niepport Vertente 2008: 80% de fermentação em lagar com pisa automática e 20% em cuba, ambo inox. 12 meses em barrica de carvalho francês. Aromas de ameixa, framboesa, cereja e minerais. 90 pontos do Parker e 89 pontos da Wine Spectator. Importado pela Mistral – R$ 99
  • Meandro do Vale Meão 2009: Fermentado em aço inox. Maturado nas barricas utilizadas para o Quinta do Vale Meão. Safras 2007 e 2008 com pontuações entre 90 e 92. Importado pela Mistral – R$ 104
  • Niepport Redoma 2008: 50% da fermentação em lagares tradicionais. 20 meses em barricas de carvalho francês. Vinhas com 60 a 120 anos. Aromas de ameixa, cereja, café, chocolate, minerais e pimenta. 93 pontos do Parker e 90 da Wine Spectator. Importado pela Mistral – R$ 164
  • Carm Reserva 2007: Uvas Tinta Roriz, Touriga Franca e Touriga Nacional. Aromas de frutos vermelhos, fumo, framboesa, figo e especiarias. Maturação parte em inox e parte em barricas americanas e francesas. 94 pontos da Wine Spectator (9º melhor vinho do mundo em 2010 pela Wine Spectator). Importado pela World Wine – R$ 148

Ao final, as quinze pessoas presentes votaram nos dois melhores vinhos da noite (totalizando trinta votos). Os dois campeões foram:

  • Carm Reserva 2007, com 10 votos.
  • Meandro do Vale Meão 2009, com 10 votos.

Vinhos com preços acessíveis e de excelente qualidade!

Boa degustação a todos,

Brito.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Douro - Portugal

Douro – Portugal

A região do Douro é a mais importante região vinícola de Portugal e uma das mais belas regiões vinícolas do mundo. Esta região produz os famosos vinhos do Porto, que é o grande ícone da indústria vinícola portuguesa.

Para falar de vinho do Porto é necessário incluir a bela cidade do Porto, de onde o vinho é embarcado para exportação, e a simpática Vila Nova de Gaia, colada à cidade do Porto, na qual a grande maioria dos vinhos do Porto é amadurecido. O Porto e Vila Nova de Gaia não fazem parte da região do Douro, que começa cerca de 100 km para o interior.

Os vinhos do Porto são vinhos fortificados, ou seja, vinhos aos quais se acrescentam aguardente vínica para interromper o processo de fermentação. Estes vinhos possuem várias classificações, em função da qualidade, do tempo de amadurecimento/envelhecimento e do tipo de recipiente utilizado no amadurecimento/envelhecimento. Os vinhos mais famosos são: Ruby, Tawny, LBV (Lattle Bottled Vintage), Vintage Single Quinta e os famosos Vintage, que só podem ser produzidos em anos especiais e em vinícolas com videiras classificadas como especiais (voltaremos a falar sobre os vinhos do Porto em outro texto dedicado a este assunto).

A região de produção de vinhos do Porto foi a primeira região produtora de vinho a ser classificada e demarcada no mundo, em 1756.

Mas o Douro vai além dos vinhos do Porto! Seus vinhos tintos secos estão, nos últimos anos, ganhando cada vez mais reconhecimento por parte da crítica e dos consumidores. Há também bons vinhos brancos, mas vamos nos concentrar naquilo que realmente vale a pena, ou seja, os tintos!

A região do Douro é dividida em três partes: Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior. Toda a região é composta por incríveis montanhas de xisto, mas há significativas diferenças entre elas, principalmente em termos de pluviosidade (com menores taxas à medida que nos afastamos da cidade do Porto) e de temperatura média.

A tendência é que as regiões de Cima Corgo e Douro Superior produzam os melhores vinhos, mas há exceções.

No Douro ainda se utiliza o método tradicional de fermentação em lagar (uma espécie de tanque retangular de baixa profundidade) com pisa da uva. Algumas vinícolas utilizam robôs de pisa que objetivam reproduzir a pressão do pé humano sobre a uva. Embora exista uma tendência de utilização de robôs e mesmo de abandonar o lagar, muitas vinícolas (mesmo aquelas que têm o lagar robotizado) utilizam a pisa humana para os seus melhores vinhos.

Portugal tem uma quantidade imensa de uvas autóctones (entre 230 e 300, dependendo da fonte), com cerca de 80 variedades apenas na região do Douro. As principais uvas dos vinhos do Douro são:

  • Tinta Roriz: equivalente da Tempranillo espanhola. Produz um vinho com média acidez e pouco tânico. Os aromas esperados são: framboesa, especiarias, herbáceos, florais e de frutas vermelhas.
  • Touriga Nacional: considerada a melhor uva de Portugal, é a principal uva do vinho do Porto e de importantes vinhos do Douro e do Dão. Resulta em vinhos de cor intensa, tânicos e de boa complexidade, com toques florais e de ervas.
  • Touriga Franca: é a uva mais plantada do Douro, embora não seja a mais importante. Possui aromas de amora e cereja, com toques de ervas e floral.
  • Tinta Barroca: produz vinhos com elevado grau alcoólico e bem compostos de cor, com certa rusticidade. Os aromas são terrosos e florais. Normalmente é utilizada apenas em cortes, não sendo utilizada para produzir vinhos varietais.
  • Tinto Cão: é uma uva de maturação tardia que resulta em vinhos encorpados, com teor alcoólico e acidez elevados. Os aromas são frutados e florais.

Os produtores/vinhos, não fortificados, de maior destaque do Douro são:

  • Quinta do Vale Meão, com o vinho Quinta do Vale Meão – Importado pela Mistral -
  • Quinta do Crasto, com os vinhos Maria Teresa, Vinha da Ponte, Touriga Nacional e Vinhas Velhas.
  • Quinta do Vallado, com os vinhos Reserva e Touriga Nacional.
  • Lemos Van Zeller Curriculum Vitae (Quinta Dona Maria).
  • Niepoort, com os vinhos Batuta e Charme.

Alguns vinhos com boa relação qualidade/preço disponíveis no Brasil, organizados em ordem crescente de preços, são:

  • Quinta do Vale Meão – Meandro do Vale Meão 2008 – Mistral – U$ 56 – 92 pontos.
  • Redoma Vertente 2008 – Mistral – U$ 59 – 90 pontos.
  • Post-Scriptum 2007/08 – Mistral – U$ 60 – 90 pontos.
  • Carm Tinto Reserva 2007 – World Wine – R$ 148 – 94 pontos.
  • Redoma Redoma 2006 – Mistral – U$ 90 – 92 pontos.
  • Redoma Redoma 2007 – Mistral – U$ 90 – 94 pontos.
  • Poeira Poeira 2007 – Mistral – U$ 130 – 94 pontos
  • Chryseia 2007 – Mistral – U$ 160 – 93 pontos.
  • Quinta do Vale Meão 2008 – Mistral – U$ 185 – 95 pontos.
  • Quinta do Vesúvio 2007 – Mistral – U$ 190 – 94 pontos.
  • Quinta do Crasto Vinhas da Ponte 2007 – Qualimpor – R$ 467 – 96 pontos.

Escolha o seu prato português predileto e boa degustação.

Abraço a todos,

Brito.

sábado, 22 de outubro de 2011

4o Vinho mais Pontuado do Mundo

4º Vinho mais Pontuado do Mundo

Greenock Creek Shiraz Roennfeldt Road

Austrália

A Austrália é famosa pelos vinhos da uva Shiraz, que muitos consideram com qualidade equivalente aos famosos vinhos do norte do Rhone na França.

Este shiraz teve uma média de 98 pontos nas últimas dez safras avaliadas pelo Robert Parker, tendo obtido uma nota final igual a 96.5, por ter sido penalizado, segundo o meu critério, com 1.5 pontos pelo fato de não ter nenhuma safra avaliada pela Wine Spectator.

O vinho é produzido na região de Barossa e esta é a única informação relevante disponível sobre o vinho. Ele é produzido por uma vinícola “boutique” de pequena produção, sem página na Internet (ao menos que eu tenha conseguido encontrar).

Ou seja, um vinho superpontuado, com preço na faixa de U$ 400 (no exterior), que deve ser muito difícil de encontrar.

Colocarei como missão, na minha próxima viagem para este longínquo país, encontrar esta preciosidade.

Se você encontrar antes, não esqueça de comprar uma garrafa para mim e mandar a conta.

Abraço a todos,

Brito.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Piemonte

Piemonte

Localizado no noroeste da Itália, o Piemonte é (rivalizando com a Toscana) a região vinícola mais importante da Itália e uma das mais importantes do mundo.

Os melhores vinhedos do Piemonte estão em torno da cidade de Alba, onde o solo é de argila, calcário e areia. Como mostra a figura que ilustra este texto, há várias regiões DOC e DOCG, mas as duas de maior destaque são, indiscutivelmente, Barolo e Barbaresco. Estes vinhos são feitos com a uva Nebbiolo, a mais importante da região.

Outras uvas tintas importantes são a Barbera, muito plantada nas províncias de Alba e Asti, e a Dolcetto.

Entre as uvas brancas, o destaque vai para a uva Moscato, utilizada principalmente para produzir espumantes e frizantes (principalmente em Asti). Outras uvas brancas são a Cortese, Gavi, Arneis e Favorita.

Há também experiências com Pinot Noir, Syrah, Sauvignon Blanc, Cabernet Sauvignon e Chardonnay, sendo que esta última se desenvolveu muito bem na região, produzindo vinhos interessantes.

As videiras são plantadas em altitudes que variam de 150 a 400 metros, com as encostas voltadas para o sul normalmente dedicadas à Nebbiolo.

A Nebbiolo é uma uva poderosa, com muita estrutura e taninos, que resulta em vinhos de excelente complexidade, com aromas florais, frutados, de trufas e alcatrão. A uva possui também acidez elevada. Ou seja, a Nebbiolo é “muito tudo”. Os vinhos mais conhecidos feitos com esta uva são: Barolo, Barbaresco, Gattinara, Nebbiolo d’Alba e alguns vinhos com denominação Langhe.

A Barbera é a uva mais plantada no Piemonte, produzindo um vinho, em geral, mais rústico. A uva possui acidez muito elevada e, nos melhores produtores, resulta em vinhos com bom corpo, mas com taninos não tão marcantes quanto os da uva Nebbiolo. Os vinhos mais conhecidos feitos com a uva Barbera são: Barbera d’Alba e Barbera d’Asti. Os aromas esperados aqui são frutas pretas, alcaçuz, chocolate, figo e cereja.

Por fim, a Dolcetto produz um vinho, em geral, simples e frutado, com menos acidez e taninos que Barbera e Nebbiolo. Os aromas esperados são: alcaçuz, amêndoas, frutados, com toques de chocolate e condimentos.

Os vinhos feitos de Barbera e Dolcetto eram, em geral, vinhos para o dia a dia, sem muita sofisticação, mas hoje há alguns produtores conseguindo resultados muito bons e preços quase tão elevados quanto os Barolos e Barbarescos.

Os vinhos Barolo e Barbaresco são vinhos de grande estrutura, podendo ser guardados por períodos de 10 a 20 anos. Por lei, ambos precisam amadurecer antes de ser comercializados, com parte do tempo em madeira. O Barolo amadurece por mais tempo e fica, em geral, mais tempo na madeira, pois é um vinho mais robusto que o Barbaresco.

Para escolher os principais produtores do Piemonte, ao invés de recorrer às pontuações médias de seus vinhos, como normalmente faço, decidi utilizar os dados do principal guia de vinhos da Itália: o Gambero Rosso, que classifica os vinhos a cada ano e os produtores pelo resultado médio obtido ao longo dos anos (em número de Tre Bicchieri obtidos). Os grandes destaques do Piemonte são:

1) Gaja: este é o produtor mais premiado do Piemonte e da Itália, único com 4 estrelas, pontuação máxima do Gambero Rosso, na Itália. A vinícola está na pequena vila de Barbaresco e possui cerca de 90 hectares de vinhas, produzindo em torno de 300.000 garrafas por ano. Além dos Barbarescos, seus vinhos Langhes são premiadíssimos. Quem importa para o Brasil é a Mistral e a faixa de preço vai de U$ 123 a U$ 1.000.

2) La Spinetta: localizada em Castagnole delle Lanze, a La Spinetta possui 3 estrelas do Gambero Rosso. Sua área plantada é em torno de 100 hectares e a produção anual em torno de 450.000 garrafas. Os vinhos são importados para o Brasil pela Vinci e são compostos de Barolos, Barbarescos, Barberas, Moscatos, Monferratos e um Sauvignon Blanc. A faixa de preço é U$ 74 a U$ 380.

3) Elio Altare: com 2 estrelas do Gambero Rosso, esta é a terceira vinícola mais premiada do Piemonte. Situada em La Morra, seus vinhos (Barolo, Langue, Barbera e Dolcetto) são importados para o Brasil pela Vinci. A faixa de preço é de U$ 50 a U$ 320.

Além dos três acima, também têm grande destaque os seguintes produtores (todos com uma estrela do Gambero Rosso).

1) Clerico – Importado pela Vinci – U$ 45 a U$ 255

2) Giacomo Conterno – Importado pela Expand – R$ 750

3) Paolo Scavino – Importado pela Vinci – U$ 64 a U$ 300

4) Roberto Voerzio – Importado pela World Wine – R$ 90 a R$ 1.500

5) Aldo Conterno – Importado pela Cellar – R$ 75 a R$ 715

6) Ceretto Bricco Rocche Bricco Asili – R$ 95 a R$ 880

7) Rocche dei Manzoni – Disponível em www.wine.com.br – R$ 155

8) Sandrone – Importado pela Mistral – U$ 46 a U$ 292

9) Elio Grassio – Disponível em www.wine.com.br – R$ 415 a R$ 575

10) Bruno Rocca – Importado pela World Wine – R$ 99 a R$ 498

11) Vietti – Importado pela Mistral – U$ 45 a U$ 600

Finalmente, algumas vinícolas de destaque (1 estrela), para as quais não consegui encontrar o importador no Brasil, são: La Barbatella, Corregia, Conterno Fantino e Ca’Viola.

Vamos agora ao mais importante, as dicas de vinhos do Piemonte com boa relação custo/benefício disponíveis no Brasil (em ordem crescente de preço):

1) Marziano Abbona Barbera d'Alba Rinaldi 08 (Mistral) – 90 pts – U$ 50

2) Marziano Abbona Dogliani Superiore Papà Celso 06 ou 08 (Mistral) – 90 pts – U$ 53

3) Aldo e Ricardo Seghesio Langhe Nebbiolo 06 (Vinci) – 90 pts – U$ 54

4) Vietti Langhe Nebbiolo Perbacco 06 ou 07 (Mistral) – 90 pts – U$ 56.

5) Marziano Abbona Nebbiolo d'Alba Bricco Barone 07 (Mistral) – 90 pts – U$ 60

6) La Spinetta Langhe Nebbiolo 2007 (Vinci) – 91 pts – U$ 78

7) Domenico Clerico Barbera D'Alba Trevigne 05 (Vinci) – 91 pts – U$ 80

8) Vietti Barbera d'Alba Scarrone 07 (Mistral) – 93 pts – U$ 100

9) Paitin Barbaresco Sori Paitin 06 (Mistral) – 91 pts – U$ 107

10) Vietti Barbera d'Asti La Crena 06 (Mistral) – 93 pts – U$ 113

11) Antoniolo Gattinara San Francesco 04 (Mistral) – 92 pts – U$ 130

12) Vietti Barbera d'Alba Scarrone Vigna Vecchia 05/06 ou 07 (Mistral) – 93/94 pts – U$ 130/140

13) La Spinetta Barbera D'Alba Gallina 2007 (Vinci) – 92 pts – U$ 137

14) Vietti Barolo Castiglione 05 ou 06 (Mistral) – 92 pts – U$ 145

15) Bruno Rocca Barbaresco 05 (World Wine) – 94 pts – R$ 271

16) Aldo e Ricardo Seghesio Barolo La Villa 05 (Vinci) – 92 pts – U$ 149

17) Moccagatta Barbaresco Bric Balin 04 (Vinci) – 93 pts - U$ 165

18) Bruno Rocca Barbaresco Rabaja 2005 (World Wine) – 95 pts – R$ 450

19) Bruno Rocca Barbaresco Rabaja 2004 (World Wine) – 97 pts – R$ 498

20) Domenico Clerico Barolo Pajana 04 (Vinci) – 95 pts – U$ 255

21) Luciano Sandrone Barolo Le Vigne 06 (Mistral) – 96 pts – U$ 269

22) Luciano Sandrone Barolo Cannubi Boschis 05/06 (Mistral) – 95/97 pts – U$ 285

23) Elio Altare Barolo Arborina 04 (Vinci) – 95 pts – U$ 300

24) Vietti Barolo Rocche 06 (Mistral) – 97 pts – U$ 339

25) Bruno Giacosa Barbaresco Rabajá 04 (Mistral) – 97 pts – U$ 350

26) Roberto Voerzio Barolo La Serra 2000 (World Wine) – 98 pts – R$ 1.500

Boas degustações a todos.

Abraços,

Brito.

sábado, 17 de setembro de 2011

5o Vinho mais Pontuado do Mundo

5o Vinho mais Pontuado do Mundo

Abreu - Cabernet Sauvignon Thorevilos

A Abreu é uma pequena vinícola localizada no Napa Valley (Califórnia, Estados Unidos) e David Abreu é considerado um gênio dos vinhos, mas só comercializou seu primeiro vinho em 1987!

O vinho mais pontuado da Abreu, o Thorevilos, é proveniente de videiras plantadas nas colinas lestes de Santa Helena, no Napa Valley, com as uvas Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot plantadas mais na base das colinas e a Cabernet Sauvignon na parte mais íngreme.

O vinho é um corte de Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot (ou seja, um corte típico da região de Bordeaux, na França). O vinho passa por dois anos de maturação em carvalho, com barricas 100% novas de carvalho francês, e mais dois anos e meio de envelhecimento em garrafa antes de ser comercializado.

A média da avaliação do Parker para as últimas safras foi 98 (98 de média!!!). Como ele não foi avaliado pela Wine Spectator, no meu critério, sofreu uma penalização de 1.5 pontos e obteve uma nota final de 96.5 pontos. Sem o critério de penalização que eu adotei ele teria obtido a posição de 2º melhor vinho do mundo!!!

Infelizmente, este é um vinho muito difícil de ser encontrado. Entrei em contato com a vinícola quando visitei o Napa Valley e me informaram que para conseguir comprar é preciso se cadastrar em uma lista de espera, pois a produção já está sempre antecipadamente vendida!

Logo, se você conseguir esbarrar em um vinho deste, não hesite em comprar (compra um para mim também!!!).

Eu ainda não consegui encontrá-lo.

Abraço a todos,

Brito.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

6o Vinho Mais Pontuado do Mundo - E. Guigal Côte-Rôtie La Landonne

E. Guigal Côte-Rôtie La Landonne

6º Vinho Mais Pontuado do Mundo

A vinícola E. Guigal, que já apareceu na descrição do 7º vinho mais pontuado do mundo (Côte-Rotie La Turque), aparece novamente com o 6º vinho mais pontuado do mundo, um feito incrível entre as grandes vinícolas do planeta.

Como já dissemos antes, embora produza vinhos de quase todas as regiões do Rhône, é em Côte-Rôtie que seus vinhos encontram o máximo de qualidade e prestígio.

O La Landonne é o vinho mais pontuado da vinícola, produzido com 100% de uvas Syrah.

A fermentação é feita em aço inox e o período de maturação em carvalho é longo, em torno de 42 meses em barricas novas de carvalho francês.

As videiras têm idade média de 25 anos e a produtividade se limita a 35-38 hl/hectare.

O potencial de envelhecimento do vinho passa fácil de 30 anos. Logo, não compre um La Landonne de safra nova para tomar imediatamente, pois o vinho irá evoluir bastante com o tempo.

As últimas dez safras avaliadas do La Landonne mereceram uma nota média de 96.2 pontos do Robert Parker e 96.5 pontos da Wine Spectator, resultando em uma média geral de 96.35 pontos: excepcional!

Os vinhos do Guigal são importados para o Brasil pela Expand, mas não consegui obter o preço praticado no Brasil para este vinho em particular. Uma estimativa razoável, baseado no preço praticado na França e na margem usualmente praticada pelas importadoras, é de algo em torno de R$ 1.500/garrafa no Brasil.

Em 2010, quando visitei a vinícola, tive a oportunidade de degustar a safra 2006 deste vinho. Maravilhado pela qualidade que encontrei, não resisti e comprei uma garrafa para a minha adega, com previsão para ser tomado em 2023.

Resumindo, lembre-se deste nome: E. Guigal é a vinícola da região de Côte-Rôtie.

Grande abraço a todos,

Brito.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Guigal Côte-Rôtie La Turque - 7o vinho mais pontuado do mundo

E. Guigal Côte-Rôtie La Turque

7º Vinho Mais Pontuado do Mundo

A vinícola E. Guigal, fundada em 1946, localizada na cidade de Ampuis, cidade do norte do Rhône, é uma das mais importantes da região do Rhône, na França.

Em Ampuis são vinificadas e maturadas as apelações Côte-Rôtie, Condrieu, Hermitage, Saint-Joseph e Crozes-Hermitage, todas do norte, além de importantes apelações do sul, como Châteauneuf-du-Pape, Gigondas, Tavel e Côtes-du-Rhône.

Embora produza vinhos de quase todas as regiões do Rhône, é em Côte-Rôtie que seus vinhos encontram o máximo de qualidade e prestígio.

A região de Côte-Rôtie possui duas encostas famosas: Côte Brune e Côte Blonde (a Morena e a Loira). Os vinhos provenientes da Côte Brune são, em geral, mais robustos e tânicos, enquanto os vinhos da Côte Blonde são mais elegantes.

As videiras de Guigal em Côte-Rôtie compreendem 215 hectares, localizadas nas regiões de Côte Brune e Côte Blonde.

As videiras de hoje estão plantadas em terraços construídos em íngremes encostas, nos mesmos moldes que os romanos utilizavam há cerca 24 séculos.

Desde 2003 a vinícola decidiu produzir barricas de carvalho para produção de seus grandes vinhos. Um especialista produz 3 barricas por dia, para suprir a demanda de 500 novas barricas por ano.

O La Turque é um dos grandes vinhos produzidos pela E. Guigal em Côte-Rôtie e suas videiras estão localizadas em Côte Brune.

O solo nesta região é de xisto e argila rica em óxido de ferro, o que empresta requinte e força ao vinho.

Tipicamente, o La Turque é produzido com 93% de Syrah e 7% de Viognier.

A idade média das videiras utilizadas no La Turque é de 15 anos, o que pode ser considerado relativamente novo.

A fermentação é feita em aço inox, com maturação por 42 meses em barricas novas de carvalho.

A produtividade, como era de se esperar de um vinho desta magnitude, é baixa: 35 a 37 hectolitros/hectare.

As últimas dez safras avaliadas do La Turque mereceram uma nota média de 95.7 pontos do Robert Parker e 96.7 pontos da Wine Spectator, resultando em uma média geral de 96.2 pontos, o que pode ser considerado como excepcional.

O La Turque é vinho com potencial de guarda de 20 ou mais anos.

Os vinhos do Guigal são importados para o Brasil pela Expand, mas não consegui obter o preço praticado no Brasil para este vinho em particular. Uma estimativa razoável, baseado no preço praticado na França e na margem usualmente praticada pelas importadoras, é de algo em torno de R$ 1.500/garrafa no Brasil.

Em 2010 tive a oportunidade de visitar a Guigal, mas embora nos tenha sido ofertados grandes vinhos produzidos pela vinícola, não tivemos oportunidade de degustar o La Turque.

Assim, fica estabelecido como meta degustar esta preciosidade nos próximos anos.

Grande abraço a todos,

Brito.

sábado, 9 de julho de 2011

Viajando pelo Rhône - Regiões Vinícolas do Norte






VIAJANDO PELO RHÔNE NORTE

Após deixar Lyon, na parte norte do Rhône o que há de mais importante para visitar são as vinícolas localizadas nas famosas regiões de Côte-Rotie e Hermitage.

Saindo de Lyon em direção ao sul, logo após passar por Vienne, deve-se abandonar a auto-estrada (autoroute du soleil) e pegar uma via secundária, a D386, em direção a Ampuis, margeando o rio Rhône.

A primeira região vinícola que encontramos em nossa rota é uma das mais importantes da parte norte do Rhône e da França, a região de Côte-Rôtie, famosa pelas suas videiras da uva Syrah plantadas em terraços construídos em encostas extremamente íngremes (veja figura que ilustra este texto).

Em Ampuis, na região de Côte-Rôtie, está a 1ª parada obrigatória da viagem, a vinícola E. Guigal. A Guigal produz vinhos de praticamente todas as regiões do Rhône (norte e sul). Os vinhos mais famosos da vinícola são todos produzidos a partir de vinhedos específicos e selecionados.

Os grandes nomes de Guigal são: Côte-Rôtie “La Landonne”, Côte-Rôtie “La Turque”, Côte-Rôtie “La Mouline” e Ermitage “Ex-Voto”. Além destes, outros vinhos top da vinícola são: Condrieu “La Dorianne”, Condrieu “Luminescence”, Côte-Rôtie “Château d’Ampuis”, Ermitage “Ex-Voto” branco, Saint-Joseph “Liu dit Saint-Joseph”, Saint-Joseph “Vignes de l’Hospice” e Saint-Joseph “Liu dit Saint-Joseph” branco.

A visita à Guigal vale não só pela oportunidade de conhecer os detalhes da produção de alguns dos grandes vinhos da França, como também pela excelente degustação que é ofertada aos visitantes ao final. Na visita que fizemos em 2010 fomos brindados com quatro vinhos básicos, todos muito bons, da vinícola (Saint-Joseph branco, Condrieu Branco, Hermitage branco e Côte-Rôtie), dois vinhos tops - Saint-Joseph “Vignes de l’Hospice” 2007 (93 pontos do Robert Parker – RP – e Wine Spectator – WS); Côte-Rôtie “Château d’Ampuis” 2004 (90 pontos de RP e 92 pontos da WS) – e dois ícones do mundo dos vinhos: Côte-Rôtie “La Mouline” 2006 (94 pontos do Parker e 95 pontos da Spectator) e Côte-Rôtie “La Landonne” 2006 (97 pontos do Parker e da Wine Spectator). Nosso preferido entre estas maravilhas foi o “La Mouline” 2006, que estava um pouco mais pronto que o “La Landonne”.

Ao sul, outra região de grandes vinhos da parte norte do Rhône é a região de Hermitage, que também planta suas uvas em encostas íngremes, semelhante ao que encontramos na região de Côte-Rôtie.

Saindo de Ampuis, a próxima parada obrigatória é a visita à vinícola de M. Chapoutier, em Tain l’Hermitage. Chapoutier é outra vinícola ícone do Rhône que também produz vinhos de praticamente todas as regiões do norte e do sul. Os grandes vinhos desta vinícola são da região de Hermitage (que muitas vezes aparece grafada como Ermitage nos rótulos dos vinhos): Ermitage “Le Ermite” branco e tinto, Ermitage “Le Meal” branco e tinto, Ermitage “Cuvee de le Oree” blanc, Ermitage “Le Pavillon” e Hermitage “Vin de Paille” blanc. Há vários outros excelentes vinhos produzidos a partir de vinhedos específicos e de grande qualidade.

A visita à vinícola Chapoutier tem uma atração especial (além dos vinhos, obviamente): na sala de recepção da vinícola há um grande painel, incrustado no chão, contendo amostras do solo das mais diversas regiões e vinhedos do Rhône (norte e sul). Uma oportunidade única de comparar e diferenciar a formação do solo destas regiões (veja foto parcial ilustrando este texto). A visita termina, como de praxe, com uma degustação de alto nível. Na visita que fizemos em 2010 fomos brindados com nove vinhos, com destaques para: Condrieu Invitare 2009 (92 pontos do Parker), Hermitage Chante-Alouette 2007 (92 pontos da WS e 92-94 pontos do Parker), Ermitage Le Pavillon 2004 (92 pontos do Parker e 93 da Spectator) e Ermitage Le Meal 2009 (98-100 pontos do Parker), este último retirado das barricas de envelhecimento, pois ainda não estava engarrafado.

Relativamente próximo à Chapoutier, visitamos outra vinícola importante da região (embora não no mesmo nível de Guigal e Chapoutier), Paul Jaboulet, localizada em Chateauneuf-sur-Isere.

A Paul Jaboulet também produz vinhos praticamente de todas as regiões do Rhône. Os grandes vinhos da vinícola são os Hermitage La Chapelle tinto e branco.

Um atrativo especial da vinícola é o fato de suas salas de maturação em barrica se localizarem em uma enorme caverna natural, fazendo com que o passeio entre os barris de carvalho se torne um belo espetáculo.

Na visita que fizemos a Paul Jaboulet em 2010 degustamos oito vinhos de diversas regiões, com destaques para: Hermitage Le Chevalier de Sterimberg 2006 branco (91 pontos do Parker) e Crozes-Hermitage Domaine de Thalabert 2006 (87 pontos do Parker).

Não há grandes atrações turísticas, além do vinho e das vinícolas, neste pedacinho da França. Uma boa cidade para servir de base é Valence, onde vale a pena ir ao restaurante Le 7, pela boa relação custo/benefício.

Abraço a todos,

Brito.

domingo, 3 de julho de 2011

Torbreck Run Rig - 8o Vinho Mais Pontuado do Mundo

8º Vinho Mais Pontuado do Mundo

Torbreck Run Rig

A vinícola Torbreck pode ser considerada um bebê no mundo dos vinhos, pois foi fundada por David Powell em 1994. No entanto, em seus dezessete anos de vida esta vinícola produziu vinhos incríveis, vencedores de muitos prêmios e de altíssima pontuação na crítica mundial.

A vinícola está situada na região de Barossa Valley na Austrália e tem por inspiração os vinhos do norte do Rhône, na França.

A vinícola produz brancos e tintos, mas é nos tintos que está seu destaque.

O Torbreck Run Rig é um vinho muitas vezes comparado aos vinhos da região de Côte Rotie, no norte do Rhône, na França. Seus aromas incluem: framboesa, cassis, fumaça, alcatrão e grafite.

O Run Rig é um varietal de Shiraz, com pequena participação (2 a 5%) de Viognier em sua composição. As uvas provêm de diferentes vinhedos (cinco a seis, tipicamente) da vinícola.

A fermentação é feita em tóneis de carvalho e tanques de concreto. O vinho é maturado em barricas de carvalho francês, novas e velhas, por tipicamente 30 meses.

As últimas dez safras avaliadas pelo Robert Parker ficaram com média de 97.9 pontos, enquanto a média da Wine Spectator foi de 94.86 pontos (para as 7 safras avaliadas). Considerando uma penalidade de 0.5 ponto em função do número de safras avaliadas pela Wine Spectator, minha média final para o vinho foi de 96.15 pontos.

O vinho é importado para o Brasil pela Grand Cru e custa em torno de R$ 1.200,00 a garrafa.

Tive a oportunidade de tomar, junto com grandes amigos, uma garrafa da safra de 2004, que mereceu 99+ pontos do Robert Parker e 94 pontos da Wine Spectator. Vinho de grande personalidade, equilibrado, com aromas de frutas pretas, especiarias, terroso. Esta safra teve 96.5% de Shiraz e 3.5% de Viognier.

Outro vinho da vinícola que merece destaque é o Torbreck The Factor, que também apresenta altíssima qualidade mas custa quase a metade do preço do Run Rig. Tomei a safra 2005 deste vinho, junto com o Run Rig 2004, e ele não ficou muito atrás do seu irmão mais famoso.

Abraço a todos,

Brito.

sábado, 25 de junho de 2011

Chateau Doisy-Daene L'Extravagant - 9o vinho mais pontuado do mundo

Chateau Doisy-Daene L’Extravagant

9º Vinho Mais Pontuado do Mundo

O Chateau Doisy-Daene foi classificado como 2º Grand Cru Classe na famosa classificação de Bordeaux de 1855. A vinícola se situa na região de Sauternes e sua história remonta ao início do século XIX. A família Dubourdieu, atual proprietária, adquiriu o Chateau em 1924.

O solo é de calcário, coberto por uma fina camada de areia argilosa. As videiras ocupam uma área de 16.3 hectares

O L’Extravagant é o vinho top da vinícola, produzido apenas em safras consideradas excepcionais. Ele é um vinho branco doce produzido, como é comum nessa região, a partir de uvas atacadas pelo fungo Botrytis Cinerea.

O teor de açúcar residual do vinho é um dos mais altos da região, algumas vezes ultrapassando 200 g/litro.

O vinho, tipicamente, é um blend de 60% de Sémillon e 40% de Sauvignon Blanc. A fermentação é feita em barricas novas de carvalho e o processo de maturação em barricas de carvalho dura 18 meses.

O importador para o Brasil é a Casa Flora e os preços variam entre R$ 1.700 e R$ 1.900 a meia garrafa (375 ml).

Para minha surpresa, a pontuação média deste vinho ultrapassou o mítico Chateau d’Yquem, considerado por muitos um dos melhores vinhos do mundo.

Na minha pontuação a média final do vinho foi de 96 pontos. Nos últimos quinze anos foram oito safras avaliadas pelo Parker, com média de 97.75 pontos, e duas safras avaliadas pela Wine Spectator, com média de 96.5 pontos, resultando em uma média final de 97.5 pontos. A minha pontuação final considerou uma penalidade de 1.5 pontos em função das poucas safras avaliadas pela Wine Spectator. Em um ranking sem considerar penalidades por número reduzido de safras avaliadas, o L’Extravagant apareceria em 4º lugar, como o 2º vinho mais bem avaliado da França.

Infelizmente ainda não tive oportunidade de experimentar esta jóia, mas ele passa a estar, certamente, em minha lista de prioridades no mundo dos vinhos.

Abraço a todos,

Brito.

terça-feira, 21 de junho de 2011

10o Vinho Mais Pontuado do Mundo - Chateau Ausone











10º Vinho Mais Pontuado do Mundo

Chateau Ausone

O Chateau Ausone é uma das duas vinícolas classificadas como Premier Grand Cru Classe A de Saint Emillion (a outra é a Cheval-Blanc), na região de Bordeaux, na França.

A história do Ausone remonta ao século XIII.

O Chateau possui 7 hectares de videiras em um solo com predominância de argila e calcário.

As uvas plantadas são Merlot e Cabernet Franc, com 55% de Cabernet Franc. A idade média das vinhas é de 50 anos e a produtividade é de 33 hl/ha.

O vinho é fermentado em tonéis de carvalho e o período de maturação é de 20 meses em barricas de carvalho francês 100% novas.

A produção anual do Chateau é de 18.000 garrafas.

O Chateau Ausone ficou em 10º lugar entre os vinhos mais pontuados do mundo, com uma média de 95.95 pontos, considerando as últimas dez safras avaliadas por Robert Parker e pela Wine Spectator.

A safra de 2005 mereceu 100 pontos de ambas publicações, enquanto a safra de 2003 recebeu 100 pontos do Parker e 96 pontos da Wine Spectator.

As safras menos pontuadas foram 2007 (94 pontos do Parker e 91 pontos da Spectator) e 2002 (95 pontos do Parker e 92 pontos da Spectator).

Tive a oportunidade de tomar uma garrafa, na companhia de grandes amigos, do Ausone da safra de 2001 (98 pontos do Parker e 95 pontos da Spectator). Belíssimo vinho, equilibrado, elegante, com aromas de amora, cassis, floral, alcaçuz, baunilha e ameixa.

Infelizmente, este é um vinho muito caro no Brasil, a safra de 2006 (98 pontos do Parker e 93 pontos da Wine Spectator) está a venda na Grand Cru por R$ 8.100 e na World Wine por R$ 7.800; a safra de 2004 (94 pontos do Parker e 95 pontos da Wine Spectator) está a venda por R$ 5.295 na World Wine.

Uma informação importante é que o Chateau Ausone é o vinho de Bordeaux que aparece com melhor colocação na lista dos 50 mais pontuados do mundo, vencendo com folga vinhos míticos, como Chateau Margaux, Lafite-Rothschild, Mouton-Rothschild, Pétrus, Latour, etc...

sábado, 28 de maio de 2011











RHÔNE SUL

A parte sul da região do Rhône é completamente diferente da parte norte, a começar pelas uvas utilizadas. Aqui os tintos são cortes de um grande número de uvas, com predominância da Grenache e participação das uvas Syrah, Mourvèdre, Cinsault e Carignan (dentre outras); os brancos são também cortes, com as uvas Grenache Blanc, Calirette, Bourboulenc, Roussanne e Viognier (dentre outras). No total, são doze uvas tintas e onze uvas brancas permitidas na região. Em algumas sub-regiões, como em Chateauneuf-du-Pape, o corte envolve uvas tintas e brancas, podendo chegar a treze uvas.

Além das uvas, há diferença no clima, com o sul apresentando clima mediterrâneo e mais ensolarado, e no solo, na parte sul o solo é de argila, calcário ou cascalho. Na região de Chateauneuf-du-Pape impressiona o solo coberto de pedras, dando a impressão de que nada pode ser produzido ali (veja foto que ilustra este texto).

Assim como na parte norte da região, os vinhos de maior destaque são tintos, mas há também alguns brancos excelentes na região de Chateauneuf-du-Pape.

As principais sub-regiões do Rhône Sul são: Chateauneuf-du-Pape, Gigondas, Vacqueyras, Côtes du Rhône Villages, Côtes du Rhone e Rasteau.


Chateauneuf-du-Pape

Este é o grande vinho do sul do Rhône e um dos grandes da França e do mundo. Os vinhos aqui são densos, com aromas terrosos, de caça, de alcatrão e de couro.

O rendimento utilizado nesta região é muito baixo, 35 hectolitros/hectare, o que contribui para a qualidade dos vinhos.

O uso de barrica de carvalho para maturação de vinho, embora utilizado por alguns produtores, não é muito comum nesta região.

Há vários excelentes produtores nesta região, mas podemos destacar como excepcionais:

Chateau Beaucastel: este é o grande nome da região, com alguns vinhos pontuados com 100 pontos pelo Robert Parker. A média das últimas dez safras analisadas do seu principal vinho (Hommage a Jacques Perrin), considerando Robert Parker e Wine Spectator, é de 96.6 pontos, simplesmente fantástico. Ele é importado no Brasil pela World Wine. R$ 490 a 3.200.

Domaine du Pegau: 94.9 de pontuação média dos seus dois principais vinhos (Cuvee da Capo e Cuvee Reservee), considerando Robert Parker e Wine Spectator, nas últimas dez safras avaliadas. Importado pela Grand Cru. R$ 290

Domaine de la Janasse: 94.8 de pontuação média do seu melhor vinho (Cuvee Vieilles Vignes), considerando Robert Parker e Wine Spectator, nas últimas dez safras avaliadas. Importador não localizado.

Clos des Papes: Importado pela Premium Wines, foi eleito, em 2007, o melhor vinho do mundo pela Wine Spectator (safra de 2005). Sua pontuação média nas últimas dez safras avaliadas foi 93.8. R$ 405 a R$ 615.

Além destes, vale destacar os seguintes outros produtores:

  • Domaine de Marcoux: importado pela Cellar. R$ 170 a R$ 190
  • M. Chapoutier: importado pela Mistral. U$ 109 a U$ 188
  • Chateau Rayas: importado pela Mistral. U$ 240 a U$ 400
  • Domaine du Vieux Telegraphe: importado pela Expand. R$ 350 a R$ 380
  • Chateau de la Nerthe: importado pela Grand Cru. R$ 210 a 450
  • Clos du Monte Olivet: importador não localizado
  • Pierre Usseglio: importador não localizado

Gigondas

Após Chateauneuf, estes são os vinhos de maior destaque, em termos de qualidade, no sul do Rhône. Esta região produz vinhos robustos, com aromas de framboesa, couro e especiarias. Aqui a uva Grenache deve representar pelo menos 80% do vinho e as uvas Syrah e/ou Mourvédre devem participar com pelo menos 15%. Para o restante frequentemente se utiliza a uva Cinsault, mas pode-se utilizar qualquer das uvas tintas permitidas para o Rhône Sul, menos a Carignan.

O produtor de maior destaque da região é o Chateau de Saint Cosme (importador não localizado).

Outros produtores de grande destaque são:

  • Santa Duc: importador não localizado.
  • Domaine Saint Damien: importador não localizado
  • Domaine Brusset: importador não localizado

Não consegui localizar o importador dos produtores de destaque desta região. Há poucos vinhos desta denominação disponíveis no Brasil; a faixa de preço vai de U$ 49 (Paul Jaboulet Aine – Mistral) a R$ 159 (Domaines Perrin – World Wine)

Vacqueyras

A região de Vacqueyras produz vinhos um pouco mais rústicos do que Gigondas. Os aromas são de ervas, groselha e pimenta. Não há definição de percentual mínimo para as uvas, mas há predominância de Grenache e Syrah.

Os principais produtores da região são:

  • Domaine Le Sang des Cailloux: importador não localizado.
  • Tardieu-Laurent: importador não localizado.
  • Domaine de Couroulu: importador não localizado.

Há pouquíssimos vinhos desta denominação disponíveis no Brasil, com preços variando de U$ 54 (Domaine de Cristia – Vinci) a R$ 152 (Domaine Perrin – World Wine).

Côtes du Rhône e Côtes du Rhône Villages

A maior parte (mais de 75%) dos vinhos produzidos no sul do Rhône advém destas sub-regiões.

Essas denominações não produzem vinhos tão bons quanto os Chateauneuf, ou mesmo os primos mais simples Gigondas e Vacqueyras, mas produzem alguns vinhos com relação qualidade/preço muito boa. Ou seja, não espere degustar um Côtes du Rhône inesquecível, mas você pode tomar um belo vinho por um preço muito acessível! Mas cuidado, há também vinhos muito simples e ruins com estas denominações, particularmente Côtes du Rhône.

Aqui podem ser utilizadas quaisquer uvas permitidas no Rhône.

A diferença entre as duas denominações é que os Côtes du Rhône são vinhos mais genéricos e Côtes du Rhône Villages só podem ser produzidos em 96 aldeias especificadas. Logo, a produção de Côtes du Rhône é maior e, em geral, a qualidade é um pouco inferior ao seu primo Côtes du Rhône Villages.

Das 96 aldeias que produzem Côtes du Rhône Villages, 16 são consideradas superiores e podem colocar o nome na aldeia no nome do vinho, como: Cairanne, Roaix e Séguret (até há pouco tempo Rasteau era uma destas vilas, talvez a de maior destaque, mas os vinhos produzidos nessa vila hoje possuem uma AOC própria – veja abaixo).

Os produtores de maior destaque, nenhum deles com importador localizado no Brasil, são:

  • Perrin et Fils: Côtes du Rhône Villages e Cairanne.
  • Domaine les Aphillanthes: Côtes du Rhône Village e Cairanne.
  • Domaine de Mourchon: Côtes du Rhône Village Seguret
  • Domaine des Escaravailles: Côtes du Rhône Villages: Cairanne e Roaix
  • Domaine Boisson: Côtes du Rhône Villages Cairanne
  • Domaine de l’Oratoire: Côtes du Rhône Villages Cairanne
  • Domaine du Clos du Caillou: Côtes du Rhône e Côtes du Rhône Villages

A faixa de preços dos vinhos disponíveis no Brasil vai de U$ 32,90 (M. Chapoutier – Mistral) a U$ 83,90 (Domaine Clape – Mistral)

Rasteau

Rasteau era uma AOC especifica para os vinhos fortificados produzidos nesta região.

Os vinhos tintos secos faziam parte da AOC Côtes du Rhône Villages, fazendo parte das 16 aldeias que podiam ostentar o nome nos rótulos, dando origem aos vinhos Côtes du Rhône Villages Rasteau.

Recentemente, estes vinhos foram incorporados à denominação Rasteau e agora podem ser definidos apenas com base nesta AOC, embora o nome Côtes du Rhône Villages Rasteau ainda apareça em muitas publicações e rótulos.

Os principais produtores desta região são:

  • Domaine la Soumade: importado pela Zahil. R$ 82 a 98.
  • Perrin et Fils: importador não localizado
  • Domaine les Aphillanthes: importador não localizado
  • Domaine des Escaravailles: importador não localizado

A faixa de preços dos vinhos disponíveis vai de U$ 35 (M. Chapoutier – Mistral) a R$ 98 (Domaine la Soumade – Zahil).

Com isto chegamos ao fim da apresentação da parte sul da região do Rhône.

Escolha seus vinhos, compare as diversas sub-regiões, compare com os vinhos do norte do Rhône. Enfim, explore a região.

Abraço a todos,

Brito.