sábado, 28 de maio de 2011











RHÔNE SUL

A parte sul da região do Rhône é completamente diferente da parte norte, a começar pelas uvas utilizadas. Aqui os tintos são cortes de um grande número de uvas, com predominância da Grenache e participação das uvas Syrah, Mourvèdre, Cinsault e Carignan (dentre outras); os brancos são também cortes, com as uvas Grenache Blanc, Calirette, Bourboulenc, Roussanne e Viognier (dentre outras). No total, são doze uvas tintas e onze uvas brancas permitidas na região. Em algumas sub-regiões, como em Chateauneuf-du-Pape, o corte envolve uvas tintas e brancas, podendo chegar a treze uvas.

Além das uvas, há diferença no clima, com o sul apresentando clima mediterrâneo e mais ensolarado, e no solo, na parte sul o solo é de argila, calcário ou cascalho. Na região de Chateauneuf-du-Pape impressiona o solo coberto de pedras, dando a impressão de que nada pode ser produzido ali (veja foto que ilustra este texto).

Assim como na parte norte da região, os vinhos de maior destaque são tintos, mas há também alguns brancos excelentes na região de Chateauneuf-du-Pape.

As principais sub-regiões do Rhône Sul são: Chateauneuf-du-Pape, Gigondas, Vacqueyras, Côtes du Rhône Villages, Côtes du Rhone e Rasteau.


Chateauneuf-du-Pape

Este é o grande vinho do sul do Rhône e um dos grandes da França e do mundo. Os vinhos aqui são densos, com aromas terrosos, de caça, de alcatrão e de couro.

O rendimento utilizado nesta região é muito baixo, 35 hectolitros/hectare, o que contribui para a qualidade dos vinhos.

O uso de barrica de carvalho para maturação de vinho, embora utilizado por alguns produtores, não é muito comum nesta região.

Há vários excelentes produtores nesta região, mas podemos destacar como excepcionais:

Chateau Beaucastel: este é o grande nome da região, com alguns vinhos pontuados com 100 pontos pelo Robert Parker. A média das últimas dez safras analisadas do seu principal vinho (Hommage a Jacques Perrin), considerando Robert Parker e Wine Spectator, é de 96.6 pontos, simplesmente fantástico. Ele é importado no Brasil pela World Wine. R$ 490 a 3.200.

Domaine du Pegau: 94.9 de pontuação média dos seus dois principais vinhos (Cuvee da Capo e Cuvee Reservee), considerando Robert Parker e Wine Spectator, nas últimas dez safras avaliadas. Importado pela Grand Cru. R$ 290

Domaine de la Janasse: 94.8 de pontuação média do seu melhor vinho (Cuvee Vieilles Vignes), considerando Robert Parker e Wine Spectator, nas últimas dez safras avaliadas. Importador não localizado.

Clos des Papes: Importado pela Premium Wines, foi eleito, em 2007, o melhor vinho do mundo pela Wine Spectator (safra de 2005). Sua pontuação média nas últimas dez safras avaliadas foi 93.8. R$ 405 a R$ 615.

Além destes, vale destacar os seguintes outros produtores:

  • Domaine de Marcoux: importado pela Cellar. R$ 170 a R$ 190
  • M. Chapoutier: importado pela Mistral. U$ 109 a U$ 188
  • Chateau Rayas: importado pela Mistral. U$ 240 a U$ 400
  • Domaine du Vieux Telegraphe: importado pela Expand. R$ 350 a R$ 380
  • Chateau de la Nerthe: importado pela Grand Cru. R$ 210 a 450
  • Clos du Monte Olivet: importador não localizado
  • Pierre Usseglio: importador não localizado

Gigondas

Após Chateauneuf, estes são os vinhos de maior destaque, em termos de qualidade, no sul do Rhône. Esta região produz vinhos robustos, com aromas de framboesa, couro e especiarias. Aqui a uva Grenache deve representar pelo menos 80% do vinho e as uvas Syrah e/ou Mourvédre devem participar com pelo menos 15%. Para o restante frequentemente se utiliza a uva Cinsault, mas pode-se utilizar qualquer das uvas tintas permitidas para o Rhône Sul, menos a Carignan.

O produtor de maior destaque da região é o Chateau de Saint Cosme (importador não localizado).

Outros produtores de grande destaque são:

  • Santa Duc: importador não localizado.
  • Domaine Saint Damien: importador não localizado
  • Domaine Brusset: importador não localizado

Não consegui localizar o importador dos produtores de destaque desta região. Há poucos vinhos desta denominação disponíveis no Brasil; a faixa de preço vai de U$ 49 (Paul Jaboulet Aine – Mistral) a R$ 159 (Domaines Perrin – World Wine)

Vacqueyras

A região de Vacqueyras produz vinhos um pouco mais rústicos do que Gigondas. Os aromas são de ervas, groselha e pimenta. Não há definição de percentual mínimo para as uvas, mas há predominância de Grenache e Syrah.

Os principais produtores da região são:

  • Domaine Le Sang des Cailloux: importador não localizado.
  • Tardieu-Laurent: importador não localizado.
  • Domaine de Couroulu: importador não localizado.

Há pouquíssimos vinhos desta denominação disponíveis no Brasil, com preços variando de U$ 54 (Domaine de Cristia – Vinci) a R$ 152 (Domaine Perrin – World Wine).

Côtes du Rhône e Côtes du Rhône Villages

A maior parte (mais de 75%) dos vinhos produzidos no sul do Rhône advém destas sub-regiões.

Essas denominações não produzem vinhos tão bons quanto os Chateauneuf, ou mesmo os primos mais simples Gigondas e Vacqueyras, mas produzem alguns vinhos com relação qualidade/preço muito boa. Ou seja, não espere degustar um Côtes du Rhône inesquecível, mas você pode tomar um belo vinho por um preço muito acessível! Mas cuidado, há também vinhos muito simples e ruins com estas denominações, particularmente Côtes du Rhône.

Aqui podem ser utilizadas quaisquer uvas permitidas no Rhône.

A diferença entre as duas denominações é que os Côtes du Rhône são vinhos mais genéricos e Côtes du Rhône Villages só podem ser produzidos em 96 aldeias especificadas. Logo, a produção de Côtes du Rhône é maior e, em geral, a qualidade é um pouco inferior ao seu primo Côtes du Rhône Villages.

Das 96 aldeias que produzem Côtes du Rhône Villages, 16 são consideradas superiores e podem colocar o nome na aldeia no nome do vinho, como: Cairanne, Roaix e Séguret (até há pouco tempo Rasteau era uma destas vilas, talvez a de maior destaque, mas os vinhos produzidos nessa vila hoje possuem uma AOC própria – veja abaixo).

Os produtores de maior destaque, nenhum deles com importador localizado no Brasil, são:

  • Perrin et Fils: Côtes du Rhône Villages e Cairanne.
  • Domaine les Aphillanthes: Côtes du Rhône Village e Cairanne.
  • Domaine de Mourchon: Côtes du Rhône Village Seguret
  • Domaine des Escaravailles: Côtes du Rhône Villages: Cairanne e Roaix
  • Domaine Boisson: Côtes du Rhône Villages Cairanne
  • Domaine de l’Oratoire: Côtes du Rhône Villages Cairanne
  • Domaine du Clos du Caillou: Côtes du Rhône e Côtes du Rhône Villages

A faixa de preços dos vinhos disponíveis no Brasil vai de U$ 32,90 (M. Chapoutier – Mistral) a U$ 83,90 (Domaine Clape – Mistral)

Rasteau

Rasteau era uma AOC especifica para os vinhos fortificados produzidos nesta região.

Os vinhos tintos secos faziam parte da AOC Côtes du Rhône Villages, fazendo parte das 16 aldeias que podiam ostentar o nome nos rótulos, dando origem aos vinhos Côtes du Rhône Villages Rasteau.

Recentemente, estes vinhos foram incorporados à denominação Rasteau e agora podem ser definidos apenas com base nesta AOC, embora o nome Côtes du Rhône Villages Rasteau ainda apareça em muitas publicações e rótulos.

Os principais produtores desta região são:

  • Domaine la Soumade: importado pela Zahil. R$ 82 a 98.
  • Perrin et Fils: importador não localizado
  • Domaine les Aphillanthes: importador não localizado
  • Domaine des Escaravailles: importador não localizado

A faixa de preços dos vinhos disponíveis vai de U$ 35 (M. Chapoutier – Mistral) a R$ 98 (Domaine la Soumade – Zahil).

Com isto chegamos ao fim da apresentação da parte sul da região do Rhône.

Escolha seus vinhos, compare as diversas sub-regiões, compare com os vinhos do norte do Rhône. Enfim, explore a região.

Abraço a todos,

Brito.

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