sexta-feira, 15 de julho de 2011

Guigal Côte-Rôtie La Turque - 7o vinho mais pontuado do mundo

E. Guigal Côte-Rôtie La Turque

7º Vinho Mais Pontuado do Mundo

A vinícola E. Guigal, fundada em 1946, localizada na cidade de Ampuis, cidade do norte do Rhône, é uma das mais importantes da região do Rhône, na França.

Em Ampuis são vinificadas e maturadas as apelações Côte-Rôtie, Condrieu, Hermitage, Saint-Joseph e Crozes-Hermitage, todas do norte, além de importantes apelações do sul, como Châteauneuf-du-Pape, Gigondas, Tavel e Côtes-du-Rhône.

Embora produza vinhos de quase todas as regiões do Rhône, é em Côte-Rôtie que seus vinhos encontram o máximo de qualidade e prestígio.

A região de Côte-Rôtie possui duas encostas famosas: Côte Brune e Côte Blonde (a Morena e a Loira). Os vinhos provenientes da Côte Brune são, em geral, mais robustos e tânicos, enquanto os vinhos da Côte Blonde são mais elegantes.

As videiras de Guigal em Côte-Rôtie compreendem 215 hectares, localizadas nas regiões de Côte Brune e Côte Blonde.

As videiras de hoje estão plantadas em terraços construídos em íngremes encostas, nos mesmos moldes que os romanos utilizavam há cerca 24 séculos.

Desde 2003 a vinícola decidiu produzir barricas de carvalho para produção de seus grandes vinhos. Um especialista produz 3 barricas por dia, para suprir a demanda de 500 novas barricas por ano.

O La Turque é um dos grandes vinhos produzidos pela E. Guigal em Côte-Rôtie e suas videiras estão localizadas em Côte Brune.

O solo nesta região é de xisto e argila rica em óxido de ferro, o que empresta requinte e força ao vinho.

Tipicamente, o La Turque é produzido com 93% de Syrah e 7% de Viognier.

A idade média das videiras utilizadas no La Turque é de 15 anos, o que pode ser considerado relativamente novo.

A fermentação é feita em aço inox, com maturação por 42 meses em barricas novas de carvalho.

A produtividade, como era de se esperar de um vinho desta magnitude, é baixa: 35 a 37 hectolitros/hectare.

As últimas dez safras avaliadas do La Turque mereceram uma nota média de 95.7 pontos do Robert Parker e 96.7 pontos da Wine Spectator, resultando em uma média geral de 96.2 pontos, o que pode ser considerado como excepcional.

O La Turque é vinho com potencial de guarda de 20 ou mais anos.

Os vinhos do Guigal são importados para o Brasil pela Expand, mas não consegui obter o preço praticado no Brasil para este vinho em particular. Uma estimativa razoável, baseado no preço praticado na França e na margem usualmente praticada pelas importadoras, é de algo em torno de R$ 1.500/garrafa no Brasil.

Em 2010 tive a oportunidade de visitar a Guigal, mas embora nos tenha sido ofertados grandes vinhos produzidos pela vinícola, não tivemos oportunidade de degustar o La Turque.

Assim, fica estabelecido como meta degustar esta preciosidade nos próximos anos.

Grande abraço a todos,

Brito.

sábado, 9 de julho de 2011

Viajando pelo Rhône - Regiões Vinícolas do Norte






VIAJANDO PELO RHÔNE NORTE

Após deixar Lyon, na parte norte do Rhône o que há de mais importante para visitar são as vinícolas localizadas nas famosas regiões de Côte-Rotie e Hermitage.

Saindo de Lyon em direção ao sul, logo após passar por Vienne, deve-se abandonar a auto-estrada (autoroute du soleil) e pegar uma via secundária, a D386, em direção a Ampuis, margeando o rio Rhône.

A primeira região vinícola que encontramos em nossa rota é uma das mais importantes da parte norte do Rhône e da França, a região de Côte-Rôtie, famosa pelas suas videiras da uva Syrah plantadas em terraços construídos em encostas extremamente íngremes (veja figura que ilustra este texto).

Em Ampuis, na região de Côte-Rôtie, está a 1ª parada obrigatória da viagem, a vinícola E. Guigal. A Guigal produz vinhos de praticamente todas as regiões do Rhône (norte e sul). Os vinhos mais famosos da vinícola são todos produzidos a partir de vinhedos específicos e selecionados.

Os grandes nomes de Guigal são: Côte-Rôtie “La Landonne”, Côte-Rôtie “La Turque”, Côte-Rôtie “La Mouline” e Ermitage “Ex-Voto”. Além destes, outros vinhos top da vinícola são: Condrieu “La Dorianne”, Condrieu “Luminescence”, Côte-Rôtie “Château d’Ampuis”, Ermitage “Ex-Voto” branco, Saint-Joseph “Liu dit Saint-Joseph”, Saint-Joseph “Vignes de l’Hospice” e Saint-Joseph “Liu dit Saint-Joseph” branco.

A visita à Guigal vale não só pela oportunidade de conhecer os detalhes da produção de alguns dos grandes vinhos da França, como também pela excelente degustação que é ofertada aos visitantes ao final. Na visita que fizemos em 2010 fomos brindados com quatro vinhos básicos, todos muito bons, da vinícola (Saint-Joseph branco, Condrieu Branco, Hermitage branco e Côte-Rôtie), dois vinhos tops - Saint-Joseph “Vignes de l’Hospice” 2007 (93 pontos do Robert Parker – RP – e Wine Spectator – WS); Côte-Rôtie “Château d’Ampuis” 2004 (90 pontos de RP e 92 pontos da WS) – e dois ícones do mundo dos vinhos: Côte-Rôtie “La Mouline” 2006 (94 pontos do Parker e 95 pontos da Spectator) e Côte-Rôtie “La Landonne” 2006 (97 pontos do Parker e da Wine Spectator). Nosso preferido entre estas maravilhas foi o “La Mouline” 2006, que estava um pouco mais pronto que o “La Landonne”.

Ao sul, outra região de grandes vinhos da parte norte do Rhône é a região de Hermitage, que também planta suas uvas em encostas íngremes, semelhante ao que encontramos na região de Côte-Rôtie.

Saindo de Ampuis, a próxima parada obrigatória é a visita à vinícola de M. Chapoutier, em Tain l’Hermitage. Chapoutier é outra vinícola ícone do Rhône que também produz vinhos de praticamente todas as regiões do norte e do sul. Os grandes vinhos desta vinícola são da região de Hermitage (que muitas vezes aparece grafada como Ermitage nos rótulos dos vinhos): Ermitage “Le Ermite” branco e tinto, Ermitage “Le Meal” branco e tinto, Ermitage “Cuvee de le Oree” blanc, Ermitage “Le Pavillon” e Hermitage “Vin de Paille” blanc. Há vários outros excelentes vinhos produzidos a partir de vinhedos específicos e de grande qualidade.

A visita à vinícola Chapoutier tem uma atração especial (além dos vinhos, obviamente): na sala de recepção da vinícola há um grande painel, incrustado no chão, contendo amostras do solo das mais diversas regiões e vinhedos do Rhône (norte e sul). Uma oportunidade única de comparar e diferenciar a formação do solo destas regiões (veja foto parcial ilustrando este texto). A visita termina, como de praxe, com uma degustação de alto nível. Na visita que fizemos em 2010 fomos brindados com nove vinhos, com destaques para: Condrieu Invitare 2009 (92 pontos do Parker), Hermitage Chante-Alouette 2007 (92 pontos da WS e 92-94 pontos do Parker), Ermitage Le Pavillon 2004 (92 pontos do Parker e 93 da Spectator) e Ermitage Le Meal 2009 (98-100 pontos do Parker), este último retirado das barricas de envelhecimento, pois ainda não estava engarrafado.

Relativamente próximo à Chapoutier, visitamos outra vinícola importante da região (embora não no mesmo nível de Guigal e Chapoutier), Paul Jaboulet, localizada em Chateauneuf-sur-Isere.

A Paul Jaboulet também produz vinhos praticamente de todas as regiões do Rhône. Os grandes vinhos da vinícola são os Hermitage La Chapelle tinto e branco.

Um atrativo especial da vinícola é o fato de suas salas de maturação em barrica se localizarem em uma enorme caverna natural, fazendo com que o passeio entre os barris de carvalho se torne um belo espetáculo.

Na visita que fizemos a Paul Jaboulet em 2010 degustamos oito vinhos de diversas regiões, com destaques para: Hermitage Le Chevalier de Sterimberg 2006 branco (91 pontos do Parker) e Crozes-Hermitage Domaine de Thalabert 2006 (87 pontos do Parker).

Não há grandes atrações turísticas, além do vinho e das vinícolas, neste pedacinho da França. Uma boa cidade para servir de base é Valence, onde vale a pena ir ao restaurante Le 7, pela boa relação custo/benefício.

Abraço a todos,

Brito.

domingo, 3 de julho de 2011

Torbreck Run Rig - 8o Vinho Mais Pontuado do Mundo

8º Vinho Mais Pontuado do Mundo

Torbreck Run Rig

A vinícola Torbreck pode ser considerada um bebê no mundo dos vinhos, pois foi fundada por David Powell em 1994. No entanto, em seus dezessete anos de vida esta vinícola produziu vinhos incríveis, vencedores de muitos prêmios e de altíssima pontuação na crítica mundial.

A vinícola está situada na região de Barossa Valley na Austrália e tem por inspiração os vinhos do norte do Rhône, na França.

A vinícola produz brancos e tintos, mas é nos tintos que está seu destaque.

O Torbreck Run Rig é um vinho muitas vezes comparado aos vinhos da região de Côte Rotie, no norte do Rhône, na França. Seus aromas incluem: framboesa, cassis, fumaça, alcatrão e grafite.

O Run Rig é um varietal de Shiraz, com pequena participação (2 a 5%) de Viognier em sua composição. As uvas provêm de diferentes vinhedos (cinco a seis, tipicamente) da vinícola.

A fermentação é feita em tóneis de carvalho e tanques de concreto. O vinho é maturado em barricas de carvalho francês, novas e velhas, por tipicamente 30 meses.

As últimas dez safras avaliadas pelo Robert Parker ficaram com média de 97.9 pontos, enquanto a média da Wine Spectator foi de 94.86 pontos (para as 7 safras avaliadas). Considerando uma penalidade de 0.5 ponto em função do número de safras avaliadas pela Wine Spectator, minha média final para o vinho foi de 96.15 pontos.

O vinho é importado para o Brasil pela Grand Cru e custa em torno de R$ 1.200,00 a garrafa.

Tive a oportunidade de tomar, junto com grandes amigos, uma garrafa da safra de 2004, que mereceu 99+ pontos do Robert Parker e 94 pontos da Wine Spectator. Vinho de grande personalidade, equilibrado, com aromas de frutas pretas, especiarias, terroso. Esta safra teve 96.5% de Shiraz e 3.5% de Viognier.

Outro vinho da vinícola que merece destaque é o Torbreck The Factor, que também apresenta altíssima qualidade mas custa quase a metade do preço do Run Rig. Tomei a safra 2005 deste vinho, junto com o Run Rig 2004, e ele não ficou muito atrás do seu irmão mais famoso.

Abraço a todos,

Brito.