sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Douro - Portugal

Douro – Portugal

A região do Douro é a mais importante região vinícola de Portugal e uma das mais belas regiões vinícolas do mundo. Esta região produz os famosos vinhos do Porto, que é o grande ícone da indústria vinícola portuguesa.

Para falar de vinho do Porto é necessário incluir a bela cidade do Porto, de onde o vinho é embarcado para exportação, e a simpática Vila Nova de Gaia, colada à cidade do Porto, na qual a grande maioria dos vinhos do Porto é amadurecido. O Porto e Vila Nova de Gaia não fazem parte da região do Douro, que começa cerca de 100 km para o interior.

Os vinhos do Porto são vinhos fortificados, ou seja, vinhos aos quais se acrescentam aguardente vínica para interromper o processo de fermentação. Estes vinhos possuem várias classificações, em função da qualidade, do tempo de amadurecimento/envelhecimento e do tipo de recipiente utilizado no amadurecimento/envelhecimento. Os vinhos mais famosos são: Ruby, Tawny, LBV (Lattle Bottled Vintage), Vintage Single Quinta e os famosos Vintage, que só podem ser produzidos em anos especiais e em vinícolas com videiras classificadas como especiais (voltaremos a falar sobre os vinhos do Porto em outro texto dedicado a este assunto).

A região de produção de vinhos do Porto foi a primeira região produtora de vinho a ser classificada e demarcada no mundo, em 1756.

Mas o Douro vai além dos vinhos do Porto! Seus vinhos tintos secos estão, nos últimos anos, ganhando cada vez mais reconhecimento por parte da crítica e dos consumidores. Há também bons vinhos brancos, mas vamos nos concentrar naquilo que realmente vale a pena, ou seja, os tintos!

A região do Douro é dividida em três partes: Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior. Toda a região é composta por incríveis montanhas de xisto, mas há significativas diferenças entre elas, principalmente em termos de pluviosidade (com menores taxas à medida que nos afastamos da cidade do Porto) e de temperatura média.

A tendência é que as regiões de Cima Corgo e Douro Superior produzam os melhores vinhos, mas há exceções.

No Douro ainda se utiliza o método tradicional de fermentação em lagar (uma espécie de tanque retangular de baixa profundidade) com pisa da uva. Algumas vinícolas utilizam robôs de pisa que objetivam reproduzir a pressão do pé humano sobre a uva. Embora exista uma tendência de utilização de robôs e mesmo de abandonar o lagar, muitas vinícolas (mesmo aquelas que têm o lagar robotizado) utilizam a pisa humana para os seus melhores vinhos.

Portugal tem uma quantidade imensa de uvas autóctones (entre 230 e 300, dependendo da fonte), com cerca de 80 variedades apenas na região do Douro. As principais uvas dos vinhos do Douro são:

  • Tinta Roriz: equivalente da Tempranillo espanhola. Produz um vinho com média acidez e pouco tânico. Os aromas esperados são: framboesa, especiarias, herbáceos, florais e de frutas vermelhas.
  • Touriga Nacional: considerada a melhor uva de Portugal, é a principal uva do vinho do Porto e de importantes vinhos do Douro e do Dão. Resulta em vinhos de cor intensa, tânicos e de boa complexidade, com toques florais e de ervas.
  • Touriga Franca: é a uva mais plantada do Douro, embora não seja a mais importante. Possui aromas de amora e cereja, com toques de ervas e floral.
  • Tinta Barroca: produz vinhos com elevado grau alcoólico e bem compostos de cor, com certa rusticidade. Os aromas são terrosos e florais. Normalmente é utilizada apenas em cortes, não sendo utilizada para produzir vinhos varietais.
  • Tinto Cão: é uma uva de maturação tardia que resulta em vinhos encorpados, com teor alcoólico e acidez elevados. Os aromas são frutados e florais.

Os produtores/vinhos, não fortificados, de maior destaque do Douro são:

  • Quinta do Vale Meão, com o vinho Quinta do Vale Meão – Importado pela Mistral -
  • Quinta do Crasto, com os vinhos Maria Teresa, Vinha da Ponte, Touriga Nacional e Vinhas Velhas.
  • Quinta do Vallado, com os vinhos Reserva e Touriga Nacional.
  • Lemos Van Zeller Curriculum Vitae (Quinta Dona Maria).
  • Niepoort, com os vinhos Batuta e Charme.

Alguns vinhos com boa relação qualidade/preço disponíveis no Brasil, organizados em ordem crescente de preços, são:

  • Quinta do Vale Meão – Meandro do Vale Meão 2008 – Mistral – U$ 56 – 92 pontos.
  • Redoma Vertente 2008 – Mistral – U$ 59 – 90 pontos.
  • Post-Scriptum 2007/08 – Mistral – U$ 60 – 90 pontos.
  • Carm Tinto Reserva 2007 – World Wine – R$ 148 – 94 pontos.
  • Redoma Redoma 2006 – Mistral – U$ 90 – 92 pontos.
  • Redoma Redoma 2007 – Mistral – U$ 90 – 94 pontos.
  • Poeira Poeira 2007 – Mistral – U$ 130 – 94 pontos
  • Chryseia 2007 – Mistral – U$ 160 – 93 pontos.
  • Quinta do Vale Meão 2008 – Mistral – U$ 185 – 95 pontos.
  • Quinta do Vesúvio 2007 – Mistral – U$ 190 – 94 pontos.
  • Quinta do Crasto Vinhas da Ponte 2007 – Qualimpor – R$ 467 – 96 pontos.

Escolha o seu prato português predileto e boa degustação.

Abraço a todos,

Brito.

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