terça-feira, 15 de março de 2011

Itália - Terra dos Vinhos

Itália – Terra dos Vinhos


Quanto se trata de vinho, a Itália é o segundo mais importante país do mundo. Ela rivaliza com a França como principal produtor e exportador, mas, na média, seus vinhos perdem em prestígio para os do país vizinho.

Embora se produza vinhos de todos os tipos (brancos, tintos, secos, doces, espumantes, etc), os vinhos de grande destaque da Itália são os tintos.

A grande maioria dos vinhos italianos é produzida com uvas autóctones deste país, embora também se produza vinhos com uvas francesas (como Cabernet, Merlot e Syrah). Há um grande número de uvas nativas na Itália, mas, diferente das uvas francesas, estas uvas não se difundiram muito pelo mundo. Ou seja, o uso de uvas italianas fora da Itália é pequeno. As uvas que se destacam são a Nebbiolo, utilizada nos lendários Barolos e Barbarescos da região do Piemonte, a Sangiovese, utilizada nos Chiantis e Brunellos da região da Toscana, e a Corvina, utilizada nos Amarones e Valpolicellas da região do Vêneto.

A Itália produz uma gama enorme de vinhos. Esta variedade se deve ao grande número de tipos de uvas existentes e também a uma grande variação climática. Além do clima variar muito de uma região para outra - influenciado pelos Alpes, pelo montes Apeninos e pelos mares - há também muita variação dentro de uma mesma região, com grande número de microclimas.

Os vinhos italianos são classificados em quatro patamares: Vino di Tavola, IGT (Indicazione Geografica Tipica), DOC (Denominazione di Origine Controllata) e DOCG (Denominazione di Origine Controllata e Garantita). Em tese, o Vino di Tavola é o mais simples e o DOCG o de maior qualidade, mas há inúmeras exceções a este princípio e, portanto, o mesmo deve ser seguido com cautela.

Nas denominações DOC e DOCG definem-se várias coisas, como: limites geográficos para a área de produção, tipos de uvas que podem ser utilizadas, rendimento máximo por hectare, práticas de plantio, exigências de envelhecimento e testes químicos e de degustação para garantir tipicidade (e não qualidade).

No texto em que descrevemos as regiões da França, vimos que a grande maioria dos vinhos deste país leva o nome da região, ou sub-região, em que é produzido. Na Itália não há regra semelhante. Aqui, às vezes o vinho leva o nome da uva utilizada em sua produção (como os vinhos Barbera da região do Piemonte), às vezes leva o nome do lugar (como os vinhos Barolo da região do Piemonte) e às vezes leva o nome da uva e do lugar (como os vinhos Montepulciano d’ Abruzzo, feitos com a uva Montepulciano).

Há também algumas terminologias específicas que às vezes aparecem no nome do vinho, como: Clássico, quando o vinho vem da região original da denominação; Superiore, para vinhos com teor alcoólico maior; Riserva, para vinhos que passaram por um período de maturação maior; Abboccato, Amabile ou Dolce, para vinhos doces, com teor de açúcar crescente do Abboccato para o Dolce; Chiaretto, para vinhos rosés; Liquoroso, para vinhos fortificados; Muffato, para vinhos feitos com uvas com podridão nobre; e Passito, para vinhos feitos com uvas que passaram por processo de secagem após a colheita.

A Itália possui regiões vinícolas em toda a sua extensão, como mostra a figura que ilustra este texto, mas as regiões de maior destaque são o Piemonte, a Toscana e o Vêneto. Outras regiões importantes são: Friuli, Lombardia, Emilia Romagna, Úmbria, Abruzzi, Sicília e Puglia. À medida que nos deslocamos para o sul, a tendência é haver um aumento de produtividade e queda de qualidade, embora mais uma vez tenhamos inúmeras exceções a esta regra.

Em textos posteriores exploraremos cada uma das principais regiões da Itália com detalhe.

Em breve divulgo uma lista de vinhos italianos com boa relação custo/benefício disponíveis no Brasil.

Abraço a todos e não se esqueçam: “Life is too short to drink bad wine”.

Brito.

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