sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Que falta faz o bom senso!

Bom Senso e Canja de Galinha Não Faz Mal a Ninguém!

Este ano havia participado das rodadas finas de Roland Garros e tinha planejado também participar das rodadas finais do USOPEN. Assim, parti de São Paulo na segunda-feira (06/09) em direção a New York, gastando todas as milhas que tinha em uma viagem de primeira classe.

Estávamos já a caminho da pista de decolagem, após terminar nossa Champagne, quando o avião parou sem motivo aparente. Após alguns minutos, ouvimos a mensagem que as portas do avião seriam abertas, mas que devíamos permanecer sentados em nossos lugares.

Estranhando o procedimento, alguns passageiros questionaram uma das “aero-muito-velhas” (é amigo, em vôo de companhia aérea americana não tem aeromoça, a soma da idade da tripulação do meu avião devia ser quase igual à idade da Terra) sobre o motivo da parada.

A situação foi mais ou menos a seguinte: havia uma família de judeus ortodoxos no avião, composta de 7 (ou 10, dependendo da versão) pessoas. Todos estavam na classe econômica (ou animal class, como define um amigo) e havia uma mulher na classe executiva. A mulher estava tentando alguma mudança de lugar, que não ficou clara para nós, e acabou violando uma daquelas regras de segurança básica para decolagem. Ao ser abordada pela “aero-muito-velha”, a tal mulher teria agido com descaso e mandado a tripulante passear. Final da história, a “aero-muito-velha” reclamou com o comandante, que parou o avião a caminho da pista de decolagem e determinou que toda a família fosse retirada do avião.

Ou seja, um desentendimento simples, que poderia ser facilmente resolvido com um pouco de flexibilidade e bom senso, resultou na interrupção do vôo, intervenção policial e retirada de toda uma família do avião. Como se isto não bastasse, os procedimentos de segurança para casos de desembarque de passageiro impõem que as bagagens despachadas sejam retiradas do avião e que se faça um rastreamento para verificar se alguma bagagem de mão não foi deixada propositalmente no avião. Resultado: cerca de quarenta minutos parados esperando a situação se resolver. Como o tal do bom senso faz falta!

* * *

No metrô, indo para o torneio no primeiro dia, vejo um cidadão com aparência de mexicano, de baixa estatura, com roupas muito largas e cheio de tatuagens, brincos, piercings e anéis em todos os dedos. Mas o que mais me chamou a atenção não foi o cabelo de moicano, nem a fisionomia de bandido de brinquedo, nem as muitas tatuagens e adereços, mas um dos anéis do cara, que era uma chupeta de criança. Acho que nunca vi figura mais ridícula em toda minha vida...

* * *

Minha programação no USOPEN começava na terça-feira às 13:00 horas, com um jogo de oitavas-de-final (Wawrinka x Querry). Como a previsão era passar umas boas horas no ambiente do torneio, levei uma pequena mochila com alguns itens básicos (protetor solar, livro, boné, etc). Já tendo passado pela revista usual no setor de segurança fui barrado por uma espécie de supervisor dos seguranças. No começo não consegui entender bem o motivo e achei que era o tamanho da minha mochila (que era pequena). Ao ver passar ao meu lado uma mulher com uma bolsa duas vezes maior que a minha mochila questionei o supervisor sobre o motivo de eu ter sido barrado e recebi a seguinte explicação: o problema é que minha mochila tinha duas alças, para poder ser pendurada nas costas. Pasmo com a resposta, perguntei ao cara se eu poderia entrar se cortasse uma das alças e ele me respondeu que sim! Ou seja, o mega gênio que estabeleceu os procedimentos de segurança criou alguma correlação entre o número de alças de uma bolsa e o perigo que ela representa. Eu realmente gostaria de ter a oportunidade de conversar pessoalmente com este cara! Por sorte, eles tinham criado um lugar para que os pouco informados como eu pudessem deixar suas bolsas (ao modesto custo de US$ 5,00), com o único inconveniente de ter de andar cerca de 10 minutos para chegar ao local.

Finalmente dentro do complexo, ao me dirigir para o Artur Ashe Stadium, me deparo com um policial e um grande e belo cachorro pastor alemão deitado a seus pés. Ao olhar para o cachorro vejo que ele está de crachá!!! Isto mesmo amigo, crachá para o cachorro com foto e tudo.

Que falta faz o bom senso!!! E pensar que estes caras dominam o mundo!!!

Felizmente, a partir daí, foi só alegria, com um torneio fantástico, mas isto é motivo para outra conversa.

Abraço a todos,

Brito.

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