sábado, 23 de outubro de 2010

Jazz em New York

JAZZ em NEW YORK
New York é provavelmente a mais importante cidade jazzística do mundo. Aqui há, de segunda a segunda, dezenas de shows a cada dia, envolvendo os mais diversos tipos de artistas. Nesta minha viagem a NY, em setembro deste ano, conheci um casal de noruegueses que fizeram uma pesquisa e encontraram cerca de 30 shows diferentes ocorrendo a cada noite. Logo, para varrer todas as possibilidades, precisaria passar pelo menos um mês por lá. Pena que eu não posso!

Meu principal objetivo nesta viagem era assistir ao USOPEN, mas como meus ingressos cobriam apenas as sessões diurnas (com exceção do sábado, onde eu tinha também programação noturna), resolvi aproveitar e explorar um pouco as opções que a big city oferece. Após uma breve pesquisa na Internet para ver o que estava rolando na cidade, selecionei cinco shows para assistir em quatro diferentes templos do jazz. Tentei, ao definir os shows, cobrir diferentes estilos de jazz e composições artísticas da banda.

Uma casa de Jazz (Jazz Club) é, em geral, um lugar pequeno, apertado e, no passado, muito enfumaçado. Como a legislação atual expulsou a fumaça em praticamente todo lugar do mundo, restou só o lado bom, intimista e aconchegante; um ambiente em que se assiste ao show a poucos metros do artista. Assim foram todos os locais em que fui neste roteiro.

Dentre todos, talvez o maior templo do jazz no mundo seja a casa Blue Note (http://www.bluenote.net/newyork/index.shtml). Logo, minha programação jazzística não podia deixar de priorizar esta casa. O Blue Note é uma casa pequena, como quase todas em NY, com capacidade para pouco mais de uma centena de pessoas, por onde já passaram grandes nomes do Jazz. Uma primeira pesquisa me mostrou que havia dois grandes shows ocorrendo nesta casa no período em que estaria por lá: Countie Basie Orchestra e Diane Schurr.

Assim, comecei minha aventura jazzística em NY com a Countie Basie Orchestra, que se apresentou com uma composição de 17 músicos, com um pianista, um baterista, um baixista e todos os demais em instrumentos de sopro. A orquestra tem, portanto, a composição de uma big-band e foi acompanhada, em parte do show, por uma jovem cantora, Ledisi, cujos recursos vocais me lembraram nossa Elza Soares. Foi um show vibrante, com uma excelente escolha de repertório e músicos brilhantes. Enfim, uma grande noite de jazz, curtida na companhia de meus recém amigos noruegueses.

Na segunda noite fui ao Jazz Standard (http://jazzstandard.net/), uma casa ainda menor do que a Blue Note, para o show da cantora Rene Marie, que se apresentou acompanhada de piano, baixo e bateria. Aqui todo o show foi montado para destacar a fantástica qualidade da voz da cantora. O repertório foi bom, com mais momentos de conversa com a platéia do que o necessário. Os músicos tiveram bom desempenho, mas se mantiveram discretos, pois, como eu disse, o show foi montado para destacar a voz da cantora. Um momento de destaque ocorreu quando Rene convidou uma cantora que estava na platéia para subir ao palco. A convidada tinha uma excelente voz e uma magnífica força de interpretação; o dueto das duas beirou a perfeição (infelizmente não escrevi o nome da diva e minha memória antológica me traiu novamente...).

A terceira noite foi no Smoke Jazz (http://smokejazz.com/), uma casa para cerca de 60 pessoas, para o show de Eddie Henderson Quartet, que tem o próprio no trompete, acompanhado de baixo, bateria e piano. Eddie é um dos grandes do trompete e o show foi realmente fantástico. No show daquela noite o pianista foi substituído por um convidado especial na guitarra, com bom resultado, mas acho que seria ainda melhor com o piano e não com a guitarra. A guitarra é um instrumento que, em minha opinião, não acompanha bem no jazz. Ele pode até ter excelentes resultados quando o ponto central do show é a guitarra (embora não seja o meu estilo preferido), mas como instrumento de acompanhamento me parece que destoa um pouco. A composição ideal para uma banda de jazz, para mim, é um piano, baixo, bateria e três sopros: trompete, saxofone e trombone.

No domingo fui ao Jazz at the Lincoln Center (www.jalc.org), para assistir a um tributo a Louis Armstrong, prestado por uma banda composta de trompete, trombone, piano, clarineta, baixo e bateria, com participação especial, em parte do show, de bandolim e percussão. Um belo show dedicado inteiramente às músicas de Louis Armstrong, com um trompetista e também cantor com voz (e aparência) muito semelhante(s) ao do velho mestre.

Minha última noite de jazz em New York foi novamente no Blue Note, com o show da Diane Schurr, que se apresentou acompanhada de um pianista, um baixista e um baterista. Diane é uma estrela do jazz, ganhadora de dois prêmios Grammy, com um repertório muito eclético. Dona de recursos vocais fantásticos, embora com uma voz um pouco aguda para os meus ouvidos, ela se apresentou brilhantemente e só não fez um show perfeito em função do repertório que escolheu, que poderia ter sido melhor.

Ao fim ficou um gosto de quero mais, mas era tempo de voltar ao trabalho. Fica a certeza que preciso voltar a NY mais vezes.

Abraço a todos

Brito.

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